Localizado em plena Serra de Sintra, o Palácio de Monserrate é um dos cenários mais arrebatadores que existe a nível nacional. É rico em história, cultura e objeto de estudo para as mais variadas áreas, das letras às ciências, passando e fazendo longa paragem nas artes. Palco inclusivamente de encontros de espionagem durante a segunda Guerra Mundial apresenta um enorme potencial a explorar.
A quatro quilómetros do centro histórico de Sintra está o Parque de Monserrate, que inclui jardins exuberantes e um palácio, testemunho único do ecletismo do século XIX.
O enorme relvado em frente ao palácio oferece a oportunidade, a quem se aventurar numa visita guiada ao parque, de um merecido descanso. E deve dizer-se que a visita permite a descoberta de um dos mais ricos jardins botânicos de Portugal.
Evitando relatos exaustivos, relatamos a história no século XVIII, onde o Parque de Monserrate foi alugado por Gerard de Visme, um rico comerciante inglês que construiu uma casa no estilo neogótico.
Entretanto, em 1794, De Visme permitiu que Monserrate fosse subalugado a William Beckford. Contudo, deve referir-se que em 1809, quando Lord Byron, extraordinário romancista inglês, a visitou e descreveu no poema “Peregrinação de Childe Harold”, a casa já estava abandonada e em ruínas.
Ao longo do tempo Monserrate uma paragem turística obrigatória para viajantes estrangeiros tendo sido descrita em vários guias e roteiros de viagens. Esta circunstância é particularmente significativa para turistas ingleses, por força da ação de Lord Byron.
Outro visitante emblemático foi Sir Francis Cook, um milionário industrial inglês. Sir Francis Cook é talvez a personalidade mais famosa ligada a Monserrate, pois após ter adquirido a Quinta de Monserrate mandou reconstruir o respetivo palácio, um edifício romântico em estilo neoárabe, rodeado de jardins à inglesa.
Dono de uma imensa fortuna e amante de arte a transformação que operou foi simplesmente notável, sendo o seu testemunho ainda hoje visível.
O Palácio de Monserrate juntamente com o Palácio da Pena, é um dos exemplos mais importantes da arquitetura romântica em Portugal. Os jardins circundantes receberam espécies de todo o mundo e foram organizados de acordo com as suas áreas geográficas, refletindo as diversas origens das plantas e formando paisagens ao longo dos caminhos entre ruínas, lagos e cascatas. Destacam-se o jardim do México, o Jardim das Rosas e os Lagos Ornamentais.
Monserrate constitui-se atualmente como um dos mais importantes jardins históricos e exóticos do país e da Europa. Apresenta uma coleção ímpar a nível de flora sub-tropical, onde se incluem espécies diversas de árvores e coníferas.
O governo português adquiriu a propriedade e o Palácio em 1949, que posteriormente foram confiados à Parques de Sintra – Monte da Lua em 2000. Após a extensa reabilitação do telhado e das fachadas e a implementação de novas redes de infraestrutura, o Palácio reabriu no verão de 2010.
A restauração dos interiores ocorreu até ao ano de 2016, à vista dos visitantes, e o Palácio está totalmente restaurado. Contudo, deve deixar-se mencionado que Monserrate apresenta uma história onde se identificam ciclos, pois a períodos onde se identificou uma grande riqueza sucederam períodos de grande penúria.
Da história deste local fazem ainda parte episódios que marcaram o papel de Portugal da primeira, mas sobretudo na segunda guerra mundial, onde a espionagem e contraespionagem estão descritas com detalhes deliciosos…