Vila Real, cidade e capital de distrito, encontra-se na confluência dos rios Corgo e Cabril, sendo que a principal malha urbana da cidade é dividida pelo rio Corgo, com o seu pequeno vale de encostas escarpadas. Nas suas margens, foram recentemente construídos uns passadiços, que permitiram recuperar um percurso pedonal antigo que aqui existia, oferecendo a possibilidade de um contato mais próximo com a natureza, numa zona que anteriormente era quase inacessível.
Este percurso vai-lhe permitir observar a biodiversidade de fauna e flora deste vale e, num futuro próximo, vai permitir visitar a Central Hidroeléctrica do Biel, que se encontra em obras de requalificação, para ser transformada num espaço museológico.
Este trata-se de um percurso circular, com cerca de 3,5 km e um grau de dificuldade médio. Inicia-se no Bairro dos Ferreiros, na Rua da Guia, e entrando no Beco da Represa, um dos caminhos antigos que dava acesso a pé à Central do Biel.
Não deixe de levar o seu tempo a explorar o Bairro dos Ferreiros, com o seu casario marcado pelas típicas construções antigas, com gradeamentos forjados, cores vivas, lousa e outros apontamentos cativantes. A montante do bairro, vai encontrar o Parque Corgo, que deverá também explorar com calma, após percorrer os passadiços.
Na fase inicial do percurso, vai passar por baixo da ponte metálica, que faz a travessia rodoviária entre o centro da cidade e a chamada zona além-rio. Um pouco mais à frente, o caminho começa a descer e chegamos ao observatório de aves.
Poderá aproveitar para fazer aqui uma ligeira pausa, de modo a observar a natureza que o rodeia e ouvir com calma o som da água a correr nas rochas. Olhando daqui para cima, verá, no alto, a torre do Hotel Miracorgo.
Seguindo o percurso, iremos encontrar, na periferia da cidade, um açude centenário, que aqui foi construído e que hoje se encontra inoperacional, que servia para alimentar a Central Hidroelétrica do Biel, uma das primeiras do país a ser construída. Neste ponto, os passadiços permitem a travessia do rio, precisamente sobre este açude, que acaba por ser a origem de uma cascata que é hoje um dos ex-libris do percurso.
A partir desta ponte, poderá ver o lugar onde se situava a Central Hidroelétrica e a linha férrea vertical, que tinha início no miradouro da estação e por onde terão descido os materiais e componentes que faziam parte da central.
Daqui para a frente, a água vai ficando mais distante e o percurso torna-se um pouco mais cansativo. O resto do caminho não é passadiço na sua totalidade, seguindo por vezes por caminho térreo, resquícios do caminho antigo já existente, que foi aproveitado de modo a minimizar o impacto ambiental.
A caminhada é agora sempre a subir e, olhando para trás, podemos ter melhor noção da profundidade e forma do vale que percorremos. Leve o seu tempo a apreciar a paisagem, até porque é raro encontramos um vale com encostas tão escarpadas encaixado no centro de uma cidade.
Terminado o passadiço, a caminhada continua pelo Caminho dos Moinhos, que dá acesso a algumas habitações dispersas por aqui, e a subida termina com a chegada ao Museu da Vila Velha. Uma vez aqui chegado, não deixe de admirar os edifícios que aqui vai encontrar, como o dos Paços do Concelho e a Casa dos Brocas, onde viveu a família de Camilo Castelo Branco.
Terá a possibilidade de voltar ao Bairro dos Ferreiros e explorar um pouco melhor a zona, ou então optar por explorar a zona da Câmara Municipal, com edifícios antigos e locais como a sua Sé nas proximidades. E já que se encontra em Vila Real, não deixe de dar um salto ao Palácio de Mateus, conhecendo os seus jardins e o seu interior rico em objetos históricos.
- Tipo de Percurso: circular
- Extensão: aproximadamente 3,5 km
- Duração estimada: 90 minutos
- Grau de dificuldade: médio
- Desnível do percurso: 120 metros
- Observações: Não adequado para pessoas com mobilidade reduzida.