No coração da Beira Baixa e em pleno Geopark Naturtejo, encontramos os Passadiços do Orvalho, no concelho de Oleiros. Estes passadiços estão inseridos no PR3 GeoRota do Orvalho que, ao longo de 8,9 quilómetros, lhe permite conhecer diversos geomonumentos classificados pela UNESCO e algumas das paisagens mais belas da região.
Ao fazer todo o percurso, irá encontrar também pequenas cascatas e poços de água, assim como diversas pontes. A maioria do percurso é em terra batida, já que os passadiços apenas foram construídos em pontos estratégicos da rota, para facilitar o acesso aos diversos locais naturais sem causar um impacto ambiental negativo. Portanto, o percurso em madeira tem poucos quilómetros de extensão.
O percurso é linear e tem dificuldade média/alta, contando com algumas subidas exigentes. Portanto, não é aconselhável fazer a rota completa com crianças pequenas ou com pessoas que não estejam nas melhores condições físicas. Nesses casos, pode sempre percorrer apenas os passadiços que dão acesso à cascata ou percorrer os dois quilómetros do percurso ao longo da ribeira de Água Alta.
A melhor altura para fazer este percurso é a primavera ou o outono, quando as temperaturas são mais amenas e o piso está mais seguro. Não se esqueça de levar muita água e proteção solar, bem como de verificar se a zona se encontra interdita devido ao perigo de incêndio (especialmente durante o verão). Estes passadiços são gratuitos, podendo ser usados por todos os visitantes sem restrições.
Ao longo do percurso, irá encontrar a cascata da Fraga de Água d’Alta, talvez o ponto mais popular do caminho e que, com 50 metros, é a maior cascata da Beira Baixa.
Ao fundo, forma-se uma pequena lagoa, perfeita para se refrescar nos dias do verão, até porque a zona fica mais ou menos a meio do percurso. O local conta também com diversas mesas e espaços de piquenique.
Outro ponto de destaque da rota é a Lagoa das Lontras, uma das partes mais bonitas do trilho, que acompanha a ribeira que alimenta a cascata e a lagoa. Aqui se encontra muita sombra, passadiços e pontes em madeira, que parecem encaixar na perfeição na vegetação envolvente.
No topo do Penedo das Sardas, a mais de 680 metros de altitude, encontramos o Miradouro do Cabeço do Mosqueiro, onde se tem uma vista incrível sobre a aldeia de Orvalho e a paisagem circundante.
Daqui se pode ver a serra da Gardunha, a serra da Estrela, o rio Zêzere, os alinhamentos em quartzo da serra do Moradal e dos Penedos de Góis, e as serras do Açor e da Lousã. Para além da vista, o espaço tem um parque de merendas com sombras, mesas e assadores.
Por fim, não pode deixar de conhecer o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, o primeiro geoparque português a integrar as Redes Europeia e Global de Geoparques, sob a alçada da UNESCO.
Abrange um território de 4600 quilómetros quadrados, estando nos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Proença-a-Nova, Nisa, Oleiros e Vila Velha de Ródão.
O parque tem 16 geomonumentos identificados, como a já referida cascata da Fraga de Água d’Alta, e oferece muitas oportunidades de aventura e de conhecimento aos visitantes que recebe ao longo do ano.
E se aprecia aldeias tradicionais, bem perto pode visitar algumas Janeiro de Cima e Janeiro de Baixo, 2 aldeias de xisto repletas de pequenos recantos para descobrir. Depois de passear pelas suas ruas sinuosas, pode ainda refrescar-se nas suas praias fluviais.
Não vá embora sem provar a excelente gastronomia desta região e sem comprar uma pequena lembrança. Para além de desfrutar de produtos de qualidade, irá também ajudar o comércio tradicional, algo muito importante para que estas populações possam continuar a viver aqui.