Descobrir uma cidade nem sempre tem de ser feito através de excursões organizadas ou de tuk-tuk. Uma das melhores formas de conhecer a capital portuguesa é caminhando pelos seus jardins, parques e bairros históricos. Passear em Lisboa pode ser realmente uma experiência inesquecível.
Seja como turista ou como habitante da cidade, um passeio por Lisboa proporciona-lhe uma nova visão das suas ruas, dos seus becos e dos seus recantos. É uma espécie de turismo sem pressas, onde o mais importante é a contemplação dos pequenos detalhes da cidade.
Acompanhado pela família, os seus amigos, as suas crianças ou o seu animal de estimação, existem muitos e óptimos sítios para passear em Lisboa. Pode optar por passear à beira do Tejo, num jardim ou espaço verde ou até pelas ruelas dos bairros históricos da cidade.
1. Jardins para passear em Lisboa
Haverá algo mais romântico do que passear com a sua cara metade num verdejante jardim? Ou haverá melhor opção para passear com os miúdos do que um espaço verde? Descubra alguns dos melhores jardins para passear em Lisboa.
1.1. Jardim Botto Machado
Este jardim encontra-se no Campo de Santa Clara, perto do Panteão Nacional e a poucos passos do Mosteiro de São Vicente de Fora. Daqui, pode ter uma vista incrível sobre o Tejo, a contemplar sem pressas.
O jardim foi plantado em 1862 e convive há mais de um século com a Feira da Ladra, tendo no seu espaço um parque infantil e um quiosque com esplanada para bons momentos em família ou com amigos.
1.2. Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian
São dos jardins mais icónicos de Lisboa, tendo sido projetados pelo arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Estes jardins são muito procurados nas pausas de hora de almoço, mas são igualmente perfeitos para passar tempo com os seus filhos ou simplesmente estar deitado na relva, a apreciar o que o rodeia. Pode encontrar espaços escondidos entre os lagos, árvores e percursos de pedra, bem como apreciar diversas espécies de pássaros e tartarugas.
1.3. Jardim de Santos
Apesar de oficialmente ser chamado Jardim Nuno Álvares, o local é mais conhecido como Jardim de Santos. Esteve abandonado por muitos anos, mas sofreu uma requalificação levada a cabo pela Câmara Municipal, dotando-se o espaço e a zona envolvente com passeios bem largos e ciclovias.
No jardim, encontra relva, mobiliário urbano e uma estátua em bronze de Ramalho Ortigão (1836-1915), obra do escultor açoriano Numídico Bessone, e que foi inaugurada em 1957.
1.4. Jardim de Campo Grande
Este é o maior espaço verde de Lisboa, cobrindo mais de 10 hectares. Era passeio público desde o século XVI, mas foi só no século XIX que se começou a plantação. Aqui chegaram-se a realizar corridas de cavalos.
Em 1945, o jardim sofreu uma remodelação extensiva, pela mão de Keil do Amaral, mas em finais do século XX, inícios do século XXI, o espaço era considerado como pouco recomendável. A zona norte do jardim foi intervencionada em 2013 para se conseguir uma melhor exposição, iluminação e segurança para todos os utilizadores do espaço.
1.5. Jardins da Torre de Belém
Até meados do século XX, funcionou no local do jardim a “Fábrica do Gás de Belém”. A zona foi depois reordenada por alturas da “Exposição do Mundo Português”, em 1940, com a plantação de palmeiras, símbolo das novas terras descobertas pelos portugueses.
A Torre de Belém tornou-se assim um ex-libris de Lisboa, sendo valorizada pelo espaço ajardinado com vista para o monumento. Neste jardim, pode encontrar um monumento de homenagem a Gago Coutinho e a Sacadura Cabral, pela 1ª travessia do Oceano Atlântico em hidroplano, e um monumento que homenageia os combatentes mortos no Ultramar.
1.6. Jardim da Estrela
Antigamente chamado “Passeio da Estrela”, o espaço começou a ser construído em 1842, aproveitando-se de forma inteligente os acidentes de terreno, o que tornou possível a construção de uma colina artificial com vista para o Tejo e uma gruta subterrânea.
O espaço é percorrido por alamedas sinuosas e coberto por lagos, cascatas, estufas, quiosques e um pavilhão chinês. O jardim é também embelezado com estátuas e bustos. Aqui encontra também um parque infantil, uma cafetaria e um quiosque recentemente recuperado.
1.7. Jardim das Amoreiras
Este é um dos jardins mais antigos de Lisboa, com uma área de seis mil metros quadrados, delimitados em parte pelo Aqueduto das Águas Livres, que por sua vez está situado sobre a Mãe d’Água, local de abastecimento histórico de água à cidade e que é atualmente o Museu da Água.
O jardim foi idealizado pelo Marquês de Pombal, que plantou nele a primeira amoreira em 1711. A plantação de amoreiras tinha o objetivo de estimular a Indústria Portuguesa de Sedas, desenvolvida na Fábrica da Seda, junto da praça. Nesta antiga fábrica encontra-se hoje a Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva.
1.8. Jardim da Cerca da Graça
Este jardim surgiu em virtude de um projeto recente, que liga a Mouraria à Graça. É o segundo maior espaço verde de Lisboa, tendo acesso público à zona histórica. O jardim conta com um relvado central com três miradouros, um parque de merendas, um pomar, um parque infantil e um quiosque com esplanada.
1.9. Campo das Cebolas
Depois de vários anos a servir de estaleiro e com trânsito entupido, surgiu no Campo das Cebolas um novo espaço verde, com direito a parque infantil e com bancos onde se pode descansar e aproveitar a vista, que abrange o jardim e o seu espaço relvado.
1.10. Estufa Fria
Este jardim é composto por uma estufa que não conta com sistema de aquecimento (sendo daí que vem o nome). O jardim tem cerca de três hectares e divide-se em três zonas: a estufa fria, a estufa quente e a estufa doce.
A estufa fria foi inaugurada em 1933, tendo desenho de Raul Carapinha, e contando com uma nascente de água local. Aqui pode encontrar diversas espécies botânicas, representativas dos mais diversos habitats.
2. Parques para passear em Lisboa
Nos últimos anos, Lisboa tem vindo a tornar-se cada vez mais verde. Novos parques são construídos e alguns dos mais antigos foram renovados. Passear por Lisboa é também descobrir as suas zonas verdes, muitas vezes algo desconhecidas por alguns dos lisboetas.
2.1. Parque da Quinta das Conchas e dos Lilases
Esta quinta, datada do século XVI, é uma das mais antigas de Lisboa, ocupando 24 hectares. Aqui tem acesso a um palco para espetáculos, uma zona de merendas, caminhos florestais, um parque infantil e um relvado amplo e convidativo, perfeito para diversas atividades ao ar livre. Foi distinguido em 2005 com o prémio Valmor, sendo um equipamento precioso da cidade e da população local.
2.2. Parque Florestal de Monsanto
O pulmão de Lisboa conta com 900 hectares de mata diversificada, estando presente a noroeste da cidade, nas freguesias de Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, Belém, Ajuda e Alcântara.
É o local perfeito para caminhadas, atividades ao ar livre, piqueniques ou para contemplar a natureza. Se quer conhecer o parque de forma mais aprofundada, recomendamos a visita ao Centro de Interpretação de Monsanto.
2.3. Tapada das Necessidades
Este espaço verde, com cerca de 10 hectares, tem a sua origem em 1742, altura em que D. João V ali mandou construir um convento e palácio para sua residência. Os monarcas sucessores redesenharam e melhoraram o espaço, que conserva ainda uma estufa circular, três lagos rodeados de vegetação exótica e diversos elementos de estatuária.
2.4. Parque Botânico do Monteiro-Mor
Este verdadeiro oásis envolve o Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro e da Dança, contando com 11 hectares murados. O espaço surpreende pelo silêncio e pela sua imensidão, destacando-se os sons da garça-real e da águia-real, a beleza das araucárias, dos dragoeiros e dos roseirais, para não falar dos lagos, cascatas e esculturas.
2.5. Mata de Alvalade
O Parque José Gomes Ferreira, conhecido como Mata de Alvalade, está situado no bairro de Alvalade e conta com um circuito de manutenção, com bootcamp a preço simbólico, e é perfeito para várias atividades desportivas, como o ciclismo, a corrida, ou as caminhadas.
2.6. Mata de Benfica
O Parque Silva Porto está situado na freguesia de Benfica e é uma área arborizada mandada plantar em 1880 por ordem de João Carlos Ulrich, que pretendia embelezar o seu Palácio da Feiteira. Aqui encontra um simpático quiosque com esplanada e um lago com patos, gansos e pavões.
2.7. Parque do Calhau
Este parque, situado na freguesia de São Domingos de Benfica, é uma das portas de entrada para a serra de Monsanto. Neste parque, pode correr, caminhar, ou simplesmente estender a toalha à sombra para apreciar o que o rodeia.
Pode encontrar também mesas e assentos, bem como um amplo espaço relvado. O local é bastante silencioso e convida à contemplação da natureza, num ambiente que nos faz esquecer que estamos numa cidade.
2.8. Parque Eduardo VII
O nome do parque deve-se ao Rei de Inglaterra que o visitou, em 1903. Está localizado no prolongamento visual da Avenida da Liberdade, e é um dos mais extensos parques de Lisboa, contando com uma excelente vista panorâmica. Aqui se realiza todos os anos a Feira do Livro de Lisboa.
3. Bairros para passear em Lisboa
Onde passear em Lisboa? Talvez prefira aliar o seu passeio a um pouco de tradição e cultura em vez de se limitar a desfrutar de espaços verdes (o que também é muito bom). Se a sua ideia de passeio inclui também descobrir os recantos mais pitorescos e genuínos da cidade, então talvez prefira optar por um bairro histórico.
3.1. Mouraria
Nesta zona muito fechada em si mesma, toda a gente se conhece. Este é um verdadeiro bairro típico na colina do castelo, feito de estreitas ruas e vielas. Até há pouco tempo, era um bairro um pouco mais esquecido, mas a zona foi entretanto requalificada e recuperada. Hoje, a Mouraria é uma das zonas mais bonitas da capital e um dos bairros que mais está na moda.
3.2. Bairro Alto
Este é um dos bairros mais típicos e pitorescos de Lisboa, com as suas ruas estreitas e íngremes e os seus edifícios antigos (sendo alguns deles recuperados). Esta é uma das zonas mais procuradas na noite lisboeta, contando com vários bares, tasquinhas e casas de fado.
3.3. Alfama
Este é um dos melhores bairros para se passear em Lisboa, graças à arquitetura peculiar dos prédios antigos e coloridos que dão ao local um caráter alegre e com personalidade. Procure perder-se pelas suas ruelas encantadoras para uma experiência ainda mais imersiva e inesquecível.