O peixe sempre foi reconhecido como um dos alimentos mais saudáveis da natureza. Além de ser versátil, é rico em proteínas e vitaminas e baixo em calorias. É, por isso, uma alternativa saudável a outras fontes de proteína, especialmente a carne vermelha.
Chamamos gorduras de boa qualidade às insaturadas e aos ácidos gordos essenciais ómega 3 e ómega 6, ambos muito presentes no peixe. Os primeiros reduzem o risco de doenças cardiovasculares. Os segundos intervêm na coagulação do sangue e no controlo dos processos inflamatórios.
Os peixes magros são os de mais fácil digestão, mas menos ricos em vitaminas e também em calorias. Apenas armazenam a gordura no fígado.
Apesar de terem um nível inferior de ácidos gordos ómega 3, apenas 200mg conseguem ter um papel anti-inflamatório mais eficaz que o peixe gordo ou as cápsulas de óleo de peixe, o que reforça a importância de outros constituintes presentes nos peixes magros.
Como identificar um bom peixe magro?
Tendo em conta a rápida deterioração do pescado, é necessário observar atentamente o aspecto do peixe:
Odor: A maresia.
Corpo: Firme e brilhante.
Olhos: Salientes, a córnea transparente e a pupila negra e brilhante.
Pele: Brilhante e com as escamas bem agarradas. A cor da pele deve ser viva, homogénea e com alguns reflexos. O muco-camada gelatinosa que cobre a pele, deve ser aquoso e transparente.
Membrana: Adere completamente à carne. Quando o peixe não está próprio para consumo, separa-se da carne.
Guelras: Brilhantes, bastante vermelhas e sem muco. Com a perda da frescura, estas ficarão amarelas e ganham muco.
Quais são os peixes magros?
Bacalhau: peixe de mar de carne branca que se tem de proceder ao dessalgamento. Pode também ser consumido fresco ou fumado.
Badejo: de carne magra, muito fina e branca. Consome-se muitas vezes como se fosse bacalhau fresco.
Carapau: peixe de mar muito frequente na alimentação portuguesa, frito ou grelhado. Quando atinge maiores dimensões, tem o nome de chicharro e a sua carne perde a delicadeza.
Carpa: peixe de rio de carne magra que se presta em inúmeras preparações culinárias.
Corvina: peixe de mar de grandes dimensões. A sua carne é levemente rija e seca. Serve-se sobretudo guisado ou cozido.
Dourada: embora magra, a sua carne é provida de um enorme poder nutritivo. Pertencem a esta família, embora de qualidade inferior, o sargo, o pargo e as bogas.
Garoupa: de carne magra e branca, cozinha-se de maneira idêntica à pescada. A carne de garoupa é, no entanto, mais rija e menos saborosa.
Goraz: de carne branca e seca, cozinha-se como o prago, o robalo e a dourada.
Linguado: de carne branca, magra, muito delicada e de fácil digestão. Permite uma enorme quantidade de receitas e preparações gastronómicas.
Lúcio: a carne é branca e magra e de fácil digestão. Não deve ser consumido nos meses de Fevereiro a Abril. Pode ser preparado de diversas maneiras: cozido, grelhado ou assado no forno.
Peixe-espada: de carne branca, magra e muito delicada, é muito saboroso quando fresco. Serve-se quase sempre frito ou grelhado.
Pescada: este peixe possui um elevado nível dietético, pois a sua carne é magra, branca e de sabor muito delicado.
Pregado: a sua carne é branca, magra e muito saborosa. É semelhante ao rodovalho.
Robalo: a sua carne é branca, magra, muito saborosa e muito consistente, aguentando bem a cozedura. Cozido, grelhado ou assado, o seu gosto, muito acentuado, é digno das preparações mais requintadas.
Salmonete: a sua carne, de gosto muito particular, é seca, magra e muito firme. É aconselhado que às suas preparações seja adicionado o fígado inteiro ou desfeito no molho que o acompanhar.
Tainha: também conhecida por mugem ou fataça, é muito apreciada frita ou cozida.
Tamboril: o seu aspecto repelente, não prenuncia o seu saboroso paladar. É peixe de mar de carne magra, muito delicada e nutritiva.
Truta: é muito frequente no nosso país, de carne magra e muito delicada, prepara-se de várias maneiras.
Como cozinhar os peixes magros e gordos?
Peixes magros: mariná-los antes ou untar com uma gordura, de modo a ficar mais suculento;
Assar: sardinha, robalo, sargo, pargo, peixe vermelho, entre outros;
Estufar: peixes mais magros e de sabor não muito forte, para que o sabor de todos os peixes possa ser saboreado;
Fritar: peixes mais achatados como a solha. A adição de pão ralado irá fazer com que a fritura crie uma crosta protectora e a carne fique mais macia e húmida;
Grelhar: peixes gordos e grandes.