No centro de Portugal, a pequena aldeia de Penha Garcia é conhecida pela presença de icnofósseis, que são fósseis de organismos antigos, como vestígios de pegadas, de ovos, de túneis e até de galerias de habitação de outros tempos. Mas há muito mais para ver nesta magnífica localidade e nos seus arredores, como poderá ver neste artigo. Portanto, não podemos deixar de recomendar, desde já, uma visita.
As origens da aldeia perderam-se no tempo. O que se sabe é que foi sede de município e que D. Dinis a doou aos Templários, que aqui deixaram a sua marca, ainda visível, como o seu castelo.
Esta herança templária é também hoje uma fonte de desenvolvimento, e prova disso é a feira medieval, que decorre anualmente nas ruas desta localidade. E por isso, apesar de ser uma pequena freguesia de Idanha-a-Nova, Penha Garcia tem muito para oferecer, tanto aos seus habitantes, como aos visitantes.
Por exemplo, se é fã de trails e caminhadas, não pode perder a Rota dos Fósseis, que se estende ao longo de 3 km, num percurso bastante acessível. O percurso inicia-se na entrada da aldeia, e segue rumo à Igreja Matriz e ao castelo, a partir do qual terá vistas incríveis.
Terá também a oportunidade de ir observando marcas, que ficaram preservadas nas rochas sedimentares, às quais a população chama de cobras pintadas. Outro local a visitar é o Castelo dos Templários, construído no reinado de D. Sancho I, para ajudar a proteger a fronteira portuguesa. Apesar da subida até ao castelo ser acessível, pode tornar-se um pouco íngreme, pelo que deverá levar calçado confortável.
Associada às muralhas do castelo, existe uma lenda muito conhecida na região, que nos diz que o fantasma do antigo alcaide do castelo, D. Garcia, ainda vagueia por aqui, graças a uma história de amor.
O alcaide raptou a filha do governador de Monsanto, D. Branca, por se ter apaixonado loucamente por ela. No entanto, D. Garcia foi capturado e condenado à morte. Mas D. Branca intercedeu por ele, e a pena foi reduzida, tendo sido condenado a ficar sem um braço, sendo por isso que ainda hoje é conhecido por “o decepado”.
Também não pode deixar de visitar o Geopark Naturtejo, o primeiro parque português a integrar a Rede Mundial de Geoparques da UNESCO. Este geopark tem uma excelente localização e acessos, contando com mais de 5.000 km2 de terra para descobrir, e abrangendo 7 concelhos diferentes.
O espaço encontra-se dotado de excelentes infraestruturas e serviços, que lhe vão permitir descobrir algumas rotas especiais e o mundo encantado das aves. Poderá também frequentar rotas mais específicas, como a dos vestígios dos templários ou da arte rupestre na região, ou até fazer percursos de BTT.
Não pode deixar de visitar também a capela do Espírito Santo, que se encontra no topo da localidade, e tem uma fachada assimétrica e um arco gótico na capela-mor, que comprovam a sua antiguidade.
Por fim, não podemos deixar de recomendar a visita à Praia Fluvial do Pego, que se destaca por ser um local de grande beleza, onde o rio Ponsul cai em cascata para o Açude do Pego, obra feita pelo Homem. Assim, a água do rio fica retida num refrescante lago, perfeito para mergulhos em relativa segurança durante o tempo quente.
Outro grande destaque vai para a gastronomia da região, que nos dá pratos como o ensopado de cabrito, a sopa de grão com massa, o gaspacho, as migas ou o ensopado de javali.
Poderá experimentar estas delícias nos diversos restaurantes típicos da região, sempre com excelentes resultados. Portanto, terá o pretexto perfeito para repor energias após percorrer a localidade!