No extremo noroeste de Portugal, entre o Alto Minho e Trás-os-Montes, podemos encontrar o Parque Nacional da Peneda-Gerês, um dos locais mais bonitos do nosso país. O Parque abrange as serras do Gerês, da Peneda, do Soajo e Amarela, e aqui encontra algumas das mais deslumbrantes paisagens naturais a nível nacional.
Nos últimos anos, são cada vez mais os visitantes que acorrem ao Gerês, tendo esta região passado de ser quase que secreta e conhecida apenas pelos seus habitantes, a ser hoje conhecida pela grande maioria das pessoas.
Mesmo assim, existem locais no Gerês onde pode estar em contato com a natureza, longe das multidões que acorrem ao Parque todos os anos. Um desses locais são as Poças do Malho, um conjunto de 4 poços com 4 quedas de água que se encontra no rio Castro Laboreiro, na fronteira entre Portugal e Espanha.
O local encontra-se mais ou menos entre a Mistura das Águas (sítio onde o rio Peneda se encontra com o rio Laboreiro) e Ribeiro de Baixo. O caminho que lhe vai permitir chegar às Poças do Malho inicia-se quando a estrada que liga Olelas à Mistura das Águas termina.
A partir daí, este trajeto é apenas recomendado a quem tem alguma experiência neste tipo de terrenos. O caminho segue sempre pelo lado direito do rio Castro Laboreiro, ao longo do lado espanhol do Parque Nacional da Peneda-Gerês, e tem cerca de 3 km (de ida e volta).
Esta rota não se encontra sinalizada, apesar de ter algumas mariolas (estruturas de pedra usadas pelos pastores como auxílio à orientação). Assim que chegar às Poças do Malho, poderá também verificar que os poços de água não são facilmente acessíveis. Portanto, não poderá entrar em nenhuma das lagoas, a não ser com a ajuda de uma empresa especializada em canyoning.
Do lado espanhol, no entanto, encontra um miradouro de onde poderá apreciar as cascatas e tirar algumas fotografias. Durante a sua visita, nunca se esqueça das regras básicas quando visita um santuário natural: respeite o meio envolvente, não se aventure por trilhos não oficiais, leve um estojo de primeiros socorros, e tenho muito bom senso.
Se ficou com curiosidade de visitar este belíssimo local, saiba que existem diversas formas de chegar até este paradisíaco recanto, podendo optar por caminhar pelo lado português ou pelo lado espanhol. Seja de que forma for, a última parte do trajeto tem sempre que ser feita pelo lado espanhol.
A primeira hipótese de visitar as Poças do Malho é seguindo pelo Trilho da Mistura das Águas, que tem 14 km de extensão e passa pela famosa Lagoa dos Druidas. No final deste trilho, terá de atravessar o leito do rio e passar para o lado espanhol, seguindo pelo lado direito do rio durante 3 km, até chegar às Poças do Malho.
Também poderá seguir através do Trilho da Mistura das Águas numa versão modificada, sendo possível encurtar o caminho em alguns quilómetros caso entre no trilho apenas na aldeia portuguesa de Tibo. A partir daí, as instruções são as mesmas que na hipótese anterior.
A terceira hipótese que lhe permite visitar as Poças do Malho é seguindo de carro pelo lado espanhol, conduzindo até à aldeia galega de Entrimo. A partir daí, siga em direção à aldeia de Olelas e, depois, em direção ao Miradouro das Poças do Malho. Desde Entrimo ao miradouro, são 18 km de distância, que se podem fazer facilmente por carro.
Por fim, se prefere caminhar em vez de conduzir, existe um percurso oficial que liga a aldeia galega de Olelas às Fechas do Malho. O caminho tem pouco mais de 10 km, é circular e tem dificuldade moderada. A rede de telemóvel pode ser muito fraca ao longo do percurso, e, por isso, é sempre boa ideia levar um mapa em papel.
Seja qual for a forma que escolher para visitar as Poças do Malho, qualquer uma delas vale muito a pena, porque será recompensado com uma das paisagens mais bonitas do nosso país, que nos deixa encantados e com vontade de voltar, uma e outra vez.