Diz-se ser um dos segredos mais bem guardados do Parque Nacional Peneda-Gerês, talvez por apenas ser acessível por um caminho pedestre não oficial. Ainda assim, é conhecido pelos visitantes da região como uma paragem obrigatória e absolutamente imperdível de qualquer viagem ao Gerês.
Neste artigo damos-lhe todas as dicas que necessita para vir conhecer este lugar mágico, desde como aqui chegar até às melhores recomendações para que passe um dia memorável.
O Poço Azul é um pequeno paraíso escondido no Parque Nacional Peneda Gerês, onde vai encontrar a harmonia perfeita entre o ar, a terra e a água. É um dos poços mais profundos da região, acredita-se que com quase 6 metros de profundidade, onde vai poder desfrutar de uns mergulhos bem merecidos no final do trilho.
A água esverdeada, cristalina e fresca, revela o fundo e convida a nadar durante horas. O poço encontra-se rodeado por várias pedras enormes, a maioria lisas, onde poderá estender a toalha e relaxar ao sol. Aproveite para respirar fundo e deixar que o ar puro e a água limpa do poço lhe renovem as energias – e sinta a paz incomparável da natureza da Serra do Gerês.
Apesar de ser um local popular, o facto de ser acessível apenas por um percurso não oficial impede que fique apinhado facilmente. No entanto, como não se trata de um espaço muito grande, recomendamos que chegue cedo para garantir que consegue apreciar a beleza do Poço Azul com silêncio e tranquilidade.
Como chegar até ao Poço Azul?
Esta é a parte mais difícil e também a mais importante : vamos explicar-lhe passo a passo como deve fazer para lá chegar. Ponto de partida: tem duas hipóteses para iniciar o trilho. Estacione o carro no parque de estacionamento do Miradouro das Rocas. Siga a pé pelo caminho que ladeia o Rio Arado e que leva até à Cascata do Arado. No final dessa estrada encontrará um segundo parque de terra batida, onde iniciará o trilho.
Se preferir, tem a opção de ir de carro até esse segundo parque, poupando cerca de 2,5 km de caminho no total, ida e volta. No entanto, dependendo do tipo de carro e do tempo, as condições da estrada podem não ser as melhores, além de que costuma ser mais difícil encontrar lugar neste parque, por ser o mais perto da Cascata do Arado.
O trilho total (ida e volta) será de cerca de 11 km caso opte por começar no Miradouro das Rocas, ou aproximadamente 8,5 km, caso comece mais à frente, na Cascata do Arado.
- O início do trilho, a partir do parque de estacionamento da Cascata do Arado, está sinalizado com marcas vermelhas e amarelas porque corresponde ao percurso PR14. Deve seguir por esse caminho, que sobe.
- Após a subida, entrará numa zona mais florestal e onde poderá contar com algumas sombras e uma fonte natural onde poderá reabastecer de água fresca, a Fonte das Letras. Uma das maravilhas do Gerês é que não lhe faltarão nascentes de água limpa ao longo do caminho.
- Após a Fonte das Letras deve seguir em frente e após cerca de 1 km, na bifurcação, siga pelo percurso que desce, pela direita. Algum tempo depois irá encontrar a Fonte do Curral da Malhadoura, onde poderá beber água de novo.
- Continue o percurso e acabará por passar pelo Curral dos Portos – está no caminho certo! Deve seguir em frente, até chegar a uma placa que diz «Tribela». Siga pela esquerda.
- Vai passar pela Casa do Doutor e um pouco mais adiante irá começar a descer em direção ao Rio Conho.
- Após atravessar a Ponte das Servas e fazer a subida que se segue, tome atenção porque terá que virar à esquerda logo na primeira cortada, sinalizada por uma mariola.
- A partir daqui, basta seguir pelo trilho, que acompanha o Rio Conho ao longo da margem direita.
- Quando se deparar com a Cabana do Poço Azul, um pouco mais à frente, siga por baixo. Cerca de 200 metros depois chegará ao seu destino final!
Regresso: quando quiser regressar, repita o mesmo trilho que fez até ao Poço Azul, desta vez na direção oposta.
8 dicas para tirar o máximo proveito da sua visita
- Comece cedo: é a melhor forma de garantir que evita fazer o trilho durante as horas de maior calor e aumenta a probabilidade de conseguir aproveitar o local com poucas ou nenhumas pessoas à sua volta.
- Hidrate-se: leve uma garrafa de água ou cantil e aproveite as várias fontes de água fresca para reabastecer ao longo do percurso.
- Não tenha pressa: todo o percurso faz parte da experiência do Poço Azul, e a nossa recomendação é que vá fazendo pausas para descansar. Aproveite a caminhada para respirar fundo e observar com atenção a beleza única da Serra do Gerês.
- Leve algo para comer: recomendamos que prepare e leve consigo alguns snacks para ir comendo ao longo do dia e repondo as energias. O Poço Azul fica num local isolado e que por isso não conta com serviço de bar ou restaurante nas redondezas próximas. Levar uma refeição leve consigo é a melhor forma de garantir que passa um ótimo dia no poço, sem pressa de regressar.
- Use chapéu, protetor solar e calçado adequado: deve ter em conta que passará algumas horas ao sol, e por isso levar um chapéu e usar protetor solar vai ajudar a que faça a sua caminhada de forma mais cómoda e protegida. Em relação ao calçado, não se esqueça de que caminhará por terra batida e trilhos de pedra, pelo que é importante garantir que os seus sapatos são adequados a este tipo de percurso : confortáveis, resistentes, e antiderrapantes.
- Explore: se acontecer chegar e estar muita gente, pode tentar procurar um lugar um pouco mais recatado. Experimente ir subindo um pouco ao longo do rio: geralmente, costumam encontrar-se locais bonitos e à beira da água, desertos, onde poderá também nadar e passar um ótimo momento, com mais privacidade.
- Leve um saco para o lixo: é importante preservar este tipo de santuários naturais do nosso país. Por isso, ao preparar a mochila, lembre-se de levar consigo um saco onde possa recolher o lixo que for gerando durante o dia. Será mais fácil garantir que nada fica para trás, e se cada um fizer a sua parte, preservamos estes locais de forma simples e respeitadora.
- Privilegie os dias de semana: o verão é sem dúvida a melhor altura para fazer este trilho e aproveitar os excelentes mergulhos que o Poço Azul proporciona. No entanto, é evidente que é a altura em que vai encontrar mais pessoas de visita a este local. Se vier nos meses de junho, julho ou agosto, procure vir até ao Poço Azul num dia de semana – terá uma menor probabilidade de se deparar com uma multidão.