Se é fã de frio, lareira quente e de neve, há óptimos locais para visitar no Inverno em Portugal. Para dizer a verdade, nem sempre há garantias de neve, mas pode ter a certeza que, em qualquer um destes locais, irá encontrar ambientes acolhedores típicos das aldeias de pedra recuperadas e que nos fazem lembras o tempo dos nossos avós.
Seja na Serra da Estrela, no Gerês ou em Montesinho, há sempre hipóteses de conseguir ver um pouco de neve. Mas, se isso não acontecer, terá na mesma a oportunidade de conhecer alguns dos locais mais típicos e genuínos de Portugal numa época em que quase não há turistas nestas zonas: o Inverno.
Basta escolher o seu destino preferido e partir à descoberta. Alugue uma casa de turismo rural, de preferência com lareira, e desfrute. Conheça alguns dos melhores locais para visitar em Portugal no Inverno.
1. Soajo
É uma das surpresas mais agradáveis do Gerês. Esta aldeia típica tem sido recuperada a um bom ritmo nos últimos anos. São cada vez mais as pessoas que recuperam as casas que possuem nesta aldeia e as transformam em segunda habitação ou turismo rural.
A aldeia do Soajo é conhecida também pelos seus espigueiros, tal como o Lindoso. Mas não se fique apenas por aí: aventure-se pelo seu interior e descubra uma aldeia de ruas e ruelas estreitas e sinuosas, ladeadas por casas antigas de granito. O passeio é sublime.
2. Lindoso
É uma das mais famosas aldeias do Gerês. Lindoso é conhecida sobretudo pelo seu castelo e pelo conjunto impressionante de espigueiros (são mais de 60). Estes espigueiros, que servem para guardar o milho, são um testemunho vivo das tradições comunitárias desta terra.
Além do castelo e dos espigueiros, é possível observar uma pequena ponte medieval, várias calçadas medievais, o castro de Cidadelhe, os moinhos de água de Parada ou as eiras comunitárias, por exemplo.
3. Aldeia da Pena
A aldeia da Pena é uma típica aldeia de xisto, com seis habitantes e dez casas de habitação, aninhada no fundo do vale profundo da Serra de São Macário. Não faz parte da rede oficial de Aldeias de Xisto, mas não é por isso que deixa de ter tanto como as aldeias oficiais. Nos últimos anos tem vindo a ganhar cada vez mais destaque e turistas.
Na aldeia, os carros não entram. É proibido. Mas a visita vale bem a pena, com a envolvente a convidar à contemplação, ao descanso, enquanto observa o casario em xisto e ardósia, visível já desde o cimo do monte, e que nos oferece um cenário único e inigualável.
4. Montesinho
A pequena aldeia de Montesinho está inserida no parque natural com o mesmo nome. É uma típica aldeia transmontana e uma das mais bonitas do Norte de Portugal. As suas casas típicas foram sendo recuperadas para turismo e hoje em dia é possível fazer desta aldeia o centro para explorar a região.
Explore a aldeia caminhando pelas suas ruas calcetadas (e muito bem cuidadas). Descubra a sua pequena igreja e o museu instalado numa típica casa transmontana. Não deixe também de provar a fabulosa gastronomia local.
5. Rio de Onor
Metade portuguesa, metade espanhola. Terra de ninguém e terra de todos. Assim é a mítica aldeia de Rio de Onor, em pleno Parque Natural de Montesinho, no concelho de Bragança. É uma das poucas aldeias portuguesas onde ainda hoje se praticam hábitos comunitários, outrora frequentes em muitas povoações do norte de Portugal.
A população explora as terras em conjunto, os rebanhos são cuidados por todos e as decisões que afetam a vida da comunidade são tomadas por acordo de todos os habitantes. Rio de Onor é uma lição de história. Os habitantes possuem até um dialeto próprio, fruto do seu isolamento e do contacto próximo com os vizinhos espanhóis.
6. Cabeça
A melhor forma de descobrir a pitoresca e acolhedora aldeia de Cabeça é caminhando pelos seus becos e ruelas. Pare em cada esquina e aprecie todos os pequenos detalhes. Irá encontrar, com facilidade, a sua igreja matriz e até um forno comunitário. E no caminho, vá trocando algumas palavras com os seus habitantes.
Se gosta de caminhadas, pode optar por conhecer a região realizando dois percursos pedestres distintos mas ambos maravilhosos: a Rota dos Socalcos e a Rota da Ribeira de Loriga. O primeiro é circular, fácil e com apenas 3 quilómetros de extensão. O segundo liga Loriga a Vide e passa por Cabeça, numa extensão de 16 quilómetros que é uma das mais belas paisagens da Serra da Estrela.
7. Loriga
Fica no concelho de Seia, em plena Serra da Estrela e chamam-lhe a “Suíça Portuguesa”. Falamos de Loriga, um dos locais mais carismáticos da montanha mais alta de Portugal Continental e que contém em si própria toda a alma desta região. As paisagens ao seu redor fazem realmente lembrar as montanhas da Suíça, mas Loriga é portuguesa, com certeza.
Dentro de Loriga, existe também um vasto património que vale a pena explorar com calma. A melhor forma de conhecer a vila é deambulando pelos seus becos e ruelas e ir encontrando, aos poucos, os seus numerosos fontanários, as suas igrejas e capelas e o seu pelourinho. Existe ainda uma ponte romana sobre a Ribeira das Naves e um troço de calçada romana.
8. Linhares da Beira
A aldeia medieval de Linhares da Beira, fundada no século XII, apresenta ainda hoje um património arquitetónico muito rico, com destaque para o castelo, com vista para o Mondego. Vale também a pena passear pelas suas ruas íngremes e sinuosas e apreciar as casas de pedra bem conservadas.
O conjunto urbano da povoação é muito harmonioso e cheio de encanto, com casas simples construídas em granito a conviver com solares com sinais de nobreza antiga. Um olhar mais atento permite-lhe descobrir muitas janelas do século XVI. Na Igreja Matriz, com raiz românica, mas reconstruída no século XVII, pode encontrar 3 valiosas tábuas, atribuídas ao grande mestre português Grão Vasco.
9. Monsanto
Desde 1993 que é conhecida como “a aldeia mais portuguesa de Portugal”, título que empunha com orgulho. As ruas e casas da histórica aldeia de Monsanto foram construídas a partir das falésias rochosas e das grandes pedras de granito que a rodeiam.
Não podemos deixar de destacar o castelo, a partir do qual se tem uma belíssima paisagem. Monsanto é igualmente rica em história, e ainda hoje se realiza aqui o Festival das Cruzes, a cada 3 de maio, de forma a celebrar a resistência da aldeia a um cerco feito pelos romanos, no século II a.C.
10. Sortelha
Vila medieval fronteiriça, Sortelha está hoje na lista de Aldeias Históricas de Portugal com todo o mérito. É, talvez, a mais bem conservada aldeia medieval de Portugal e também uma das mais bonitas. O povoado localiza-se dentro das muralhas circulares do castelo e a sua localização foi crucial na defesa do país.
Passear pelas ruas da aldeia é regressar ao passado. Quase tudo aqui ainda está igual aos tempos medievais do século XIII, altura em que foi construído o seu castelo. As ruas e as casas, todas feitas em granito, estão recuperadas e muitas delas podem ser alugadas para turismo rural.
11. Piódão
Ao percorrermos a serra do Açor, local de belas paisagens e de verdes vivos, somos surpreendidos pela visão de uma aldeia deslumbrante, que se destaca e ao mesmo tempo complementa a vegetação em redor. Trata-se de Piódão, que teima em permanecer escondido até nos aparecer aos olhos, inesperada.
Nesta bela aldeia, rica em história, vivem cada vez menos pessoas. O turismo, por sua vez, cresce a cada ano que passa, e muitos são os que querem visitar este pequeno pedaço de paraíso. Como se fosse um presépio, as casas distribuem-se ao redor dos socalcos, pontuados de azul e xisto, por entre ruelas estreitas e sinuosas que, a cada canto, revelam a história desta aldeia, classificada como “Imóvel de Interesse Público”.
12. Marvão
Marvão é um Alentejo diferente. Um Alentejo de montanha, não de planície. Mas nem por isso menos encantador. Aliás, esta vila histórica encanta toda a gente, garantidamente. Localizada no alto de uma montanha e cercada por muralhas, visitar Marvão é mergulhar na história.
É difícil dar conselhos sobre o que visitar em Marvão: visite tudo! Deambule pelas suas ruas medievais, aprecie os vestígios góticos e manuelinos das suas construções, vagueie pelas muralhas e deslumbre-se com a paisagem circundante e não se esqueça do seu castelo. Se vir um museu, entre! Se vir a cisterna e a casa da cultura, entre também. Aprecie tudo o que puder!
Tenho lido diariamente os vossos posts sobre Portugal, a maioria dos quais mostra a beleza natural e não só, deste nosso país, tão repleto de história e coisas raras como sabemos.
Todavgia, estranho e lamento que não haja uma versão em inglês (ou em francês, p.ex.), que permita a sua leitura e apreciação mais fáceis por todos os estrangeirios radicados ou em passagem turística por Portugal que desconhecem por completo a nossa língua.
A grandiosidade e a beleza e história que retratam perde-se assim, de certo modo, ainda que muitos possam dizer que os posts são para quem entende português e sómente esses a sabem apreciar devidamente. Duvido em absoluto disso.
É uma pena enorme que assim suceda.
Estimaria imenso ver este assunto pensado e solucionado por vós.
Com os melhores cumprimentos.
Rodrigo
Para espanhol eu estou disposta