Um pouco por todo o país, podemos encontrar terras que caíram no esquecimento da maioria, mas que ainda relembram glórias passadas, tragédias esquecidas e até novos desígnios nacionais a quem conhece estas localidades desaparecidas. Muitas destas estão representadas em museus, embora ainda assim sejam desconhecidas da maioria da população. Para honrar as gentes que nestes locais viveram, deixamos-lhe aqui 6 das muitas localidades que já não existem em Portugal:
1. Monforte do Rio Livre
Monforte do Rio Livre integrou território português desde a constituição da nacionalidade. A referência mais antiga à localidade remonta ao séc. XII, num documento que cita um nobre tenente (tenens) do castelo. Em 1267, foi instituído o julgado de Rio Livre. Em 1273, a população recebeu foral de D. Afonso III, altura em que se devem ter iniciado as obras no conjunto que chegou até aos nossos dias praticamente intocado.
No séc. XVIII, uma planta mostra o estado de ruína em que se encontrava a fortificação, tendo a vila na altura cerca de 381 habitantes. Nos inícios do séc. XIX, a fortificação foi artilhada com quatro peças. Por fim, com a extinção do concelho. a 6 de novembro de 1853, o castelo acabou por ser abandonado, bem como a povoação, cujos habitantes refizeram as suas vidas noutros locais.
2. Aldeia da Luz
A Luz é uma freguesia portuguesa situada no concelho de Mourão, que contava em 2011 com 290 habitantes. Grande parte da freguesia foi submersa pelas águas da albufeira da Barragem do Alqueva, a partir de 2002.
Uma nova aldeia, situada a cerca de três quilómetros da povoação antiga, foi construída, sendo para aí que se mudaram todos os habitantes da Luz. Em 2002, transferiram-se para as novas casas 423 habitantes. Em 2012, apenas haviam já 297 moradores, contando a aldeia com cem casas desocupadas.
3. Foz do Dão
Esta antiga aldeia da freguesia de Óvoa, no concelho de Santa Comba Dão, distrito de Viseu, encontrava-se na confluência dos rios Dão e Mondego, tendo a localidade desaparecido após a construção da Barragem da Agueira.
Os habitantes foram realojados na aldeia de Nova Foz do Dão. A antiga aldeia tinha um estatuto social importante na região, sendo a única da freguesia de Óvoa (para além da sede de freguesia) a ter Igreja e cemitério.
Do antigo património, destacava-se a Ponte Salazar, em arco, que tinha sido inaugurada na década de 1930. No local, existe também uma ilha, junto ao local onde presumivelmente se localizava a aldeia entretanto submersa pelas águas da barragem.
4. Breda
Breda era uma aldeia da freguesia de Sobral, no concelho de Mortágua, distrito de Viseu. Estava localizada sob a ponte de Breda, na Linha da Beira Alta, a poucos quilómetros do rio Criz. A construção da Barragem da Aguieira obrigou à submersão da aldeia.
Uma vez que a localidade, mesmo com a albufeira na cota máxima, ficaria a uma profundidade relativamente baixa, optou-se por demolir completamente a aldeia de Breda. Assim, desta localidade apenas restam hoje algumas paredes e tijolos, que podem ser observados quando a água desce para cotas mais baixas.
5. Juromenha
Juromenha foi em tempos sede de um concelho, entretanto extinto em 1836, das quais faziam parte as freguesias de Juromenha, São Brás dos Matos e Vila Real (sendo que esta última é, desde 1801, administrada por Espanha, já que integra o município de Olivença). Em 1801, o concelho tinha 823 habitantes.
Com a extinção do concelho e sua anexação ao do Alandroal, Juromenha começou o seu processo de declínio, que se acentuou na década de 1920, altura em que a população abandonou completamente o espaço intramuros e se fixou em torno da ermida de Santo António, onde hoje se encontra o núcleo da vila.
6. Vilarinho das Furnas
Vilarinho das Furnas (chamada de Vilarinho da Furna por investigadores e pela antiga povoação) era uma aldeia da freguesia de Campo do Gerês, no concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga.
A aldeia ficou totalmente submersa em 1971 pela albufeira da barragem de Vilarinho das Furnas. No entanto, quando a barragem é esvaziada para limpeza ou o nível da água desce, em períodos de seca, ainda se podem avistar as casas, caminhos e muros da antiga aldeia.