Se quiséssemos festejar o aniversário de Portugal enquanto povo e país, qual seria o dia correto para o fazer? Por outras palavras, quando é que nasceu Portugal? Será o 10 de Junho, dia em que é celebrado o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas? Ou será que essa data nada tem a ver com o nascimento do país?
Muitos países celebram o seu dia nacional em datas que coincidem com eventos históricos concretos que conduziram à sua formação. Quando um país se torna independente de outro, por exemplo, é comum escolher essa data como o dia em que começou a sua existência. Noutros casos, é bem mais complicado do que isso.
Festejar o dia de nascimento de um país é mais do que um motivo de orgulho ou de patriotismo. Trata-se de uma data simbólica que serve de referência a um conjunto de pessoas e que faz com que elas se sintam parte da mesma comunidade porque possuem uma história em comum.
Este sentimento de pertença é um dos maiores fatores de união quando se tenta definir aquilo que é um país. Cultura, língua, história e tradições em comum são fundamentais para que todos nós possamos sentir que fazemos parte da mesma comunidade e que podemos viver pacificamente no mesmo local.
Mas afinal, quando nasceu Portugal? Existem várias hipóteses, mas ninguém consegue afirmar com toda a certeza qual seria a melhor, até porque a formação de Portugal se fez em diferentes passos e graças a uma sequência de vários acontecimentos. Mesmo assim, deixamos-lhe aqui algumas das datas cruciais, que poderiam muito bem ser consideradas como o “nascimento de Portugal”:
1. 24 de junho de 1128
Nesta data, travou-se a Batalha de São Mamede, entre as tropas dos barões portucalenses (lideradas por D. Afonso Henriques) e as tropas de D. Teresa e do conde galego Fernão Peres de Trava, com as duas fações a confrontarem-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães.
Derrotada D. Teresa e o conde galego, estes abandonaram o governo do Condado Portucalense, que ficou nas mãos do infante e seus partidários. Assim se criaram as bases para o que mais tarde seria o reino de Portugal.
2. 25 de julho de 1139
A Batalha de Ourique deu-se a 25 de julho de 1139, tendo oposto as forças portuguesas de D. Afonso Henriques e as forças mouras, constituídas por uma aliança de cinco “reis”: o de Sevilha, Badajoz, Évora, Beja, e de um quinto lugar chamado Ismar, que poderia ser a atual Santarém ou Elvas.
A vitória das forças de D. Afonso Henriques foi esmagadora, o que lhe permitiu reunir um território suficientemente vasto para se afirmar como um Reino. Assim, foi a partir da Batalha de Ourique que D. Afonso Henriques passou a usar o título de rei.
3. 5 de outubro de 1143
Esta foi a data em que se assinou o tratado de Zamora, entre D. Afonso Henriques de Portugal e D. Afonso VII de Leão e Castela, que traria paz aos dois reinos. Foi neste tratado que o rei de Leão e Castela passou a reconhecer Portugal como um reino independente do seu, embora salvaguardasse que Portugal continuaria sob a sua alçada, como seu Imperador. Esta data acaba por marcar a Independência de Portugal e o início da dinastia Afonsina, a primeira do nosso país.
4. 23 de maio de 1179
Neste dia, foi emitida pelo Papa Alexandre III a bula Manifestis Probatum, que declara Portugal independente de Leão, e que reconhece D. Afonso Henriques como soberano legítimo do reino. A bula veio assim reconhecer a validade do tratado de Zamora.
O Papa toma D. Afonso Henriques “sob a proteção de São Pedro e a nossa”, e concede e confirma por autoridade apostólica todas as honras inerentes à realeza, bem como todas as terras que forem conquistadas aos mouros. Este privilégio estendia-se também aos descendentes de D. Afonso Henriques.
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