Portugal é um país rico em história e cultura, e uma das suas marcas mais visíveis são os seus castelos. Estas construções fortificadas, que serviram para defender o território de invasões e ataques ao longo dos séculos, são hoje testemunhos do passado e atrações turísticas que encantam os visitantes. Mas quantos castelos existem em Portugal?
Um castelo é uma estrutura arquitetónica de fortificação, com funções defensivas e em alguns casos residenciais. De tipo permanente, era geralmente erguido em posição dominante no terreno, próximo a vias de comunicação (terrestres, fluviais ou marítimas), o que facilitava o registo visual das forças inimigas e as comunicações a grandes distâncias. Chama-se castelete a um castelo pequeno e diz-se acastelado um edifício com aspecto de castelo.
Os castelos em Portugal têm origens diversas, desde a época romana até à Idade Moderna, passando pela ocupação muçulmana e pela Reconquista cristã. A maioria dos castelos portugueses data da Idade Média, quando se formou o reino de Portugal e se consolidou a sua fronteira com Espanha.
Os castelos serviam para proteger as populações locais, os mosteiros, as cidades e as rotas comerciais dos ataques dos mouros, dos reinos vizinhos ou de outros inimigos. Alguns castelos também foram residências de reis, nobres ou ordens militares, que lhes conferiram um carácter mais palaciano.
Com o passar do tempo, os castelos foram perdendo a sua função militar e tornando-se obsoletos face às novas técnicas de guerra e às mudanças políticas e sociais. Muitos foram abandonados, destruídos ou transformados em outros usos, como pousadas, museus ou monumentos nacionais. Outros foram preservados ou restaurados, mantendo o seu aspeto original ou adaptando-o aos novos estilos arquitetónicos.
Hoje em dia, os castelos em Portugal são um dos principais atrativos turísticos do país, pela sua beleza, história e diversidade. Alguns estão localizados em cidades históricas, como Lisboa, Chaves ou Guimarães; outros estão inseridos em paisagens naturais deslumbrantes, como o Douro, o Alentejo ou o Algarve; outros ainda estão situados em regiões menos conhecidas mas igualmente fascinantes, como o Minho, a Beira Interior ou o Ribatejo.
Não há uma resposta definitiva para esta pergunta, pois depende do critério que se usa para definir o que é um castelo. Se considerarmos apenas as construções que têm torres e muralhas e que foram usadas para fins militares ou residenciais ao longo da história, podemos estimar que existem entre 400 e 500 castelos em Portugal (continente e ilhas). Se incluirmos também as fortalezas costeiras, as cidadelas urbanas e as ruínas arqueológicas de origem romana ou pré-histórica, esse número pode aumentar para cerca de 700.
Segundo a Wikipédia, há em Portugal 241 castelos catalogados como tal. No entanto, esta lista pode não estar completa ou atualizada, pois há outras fontes que referem números diferentes. Por exemplo, segundo o site Castelos de Portugal, há mais de 600; segundo o livro “Castelos de Portugal”, de José Hermano Saraiva, há cerca de 700.
Estas discrepâncias podem dever-se a diferentes critérios de classificação ou a diferentes estados de conservação dos castelos. De qualquer forma, é indiscutível que Portugal é um país com uma grande riqueza e diversidade de castelos, que merecem ser conhecidos e valorizados.
Um dos motivos para que Portugal possua tantos castelos é a ameaça castelhana e dos mouros, que durante séculos tentaram invadir e conquistar o território português.
Desde a formação do reino de Portugal, no século XII, até à guerra da Restauração, no século XVII, os portugueses tiveram de defender as suas fronteiras dos ataques dos reinos vizinhos, especialmente de Castela, que ambicionava anexar Portugal à sua coroa.
Os castelos serviam como pontos estratégicos de vigilância e resistência, impedindo ou dificultando o avanço dos inimigos. Alguns dos castelos mais emblemáticos desta luta foram o Castelo de Almeida, o Castelo de Marvão ou o Castelo de Elvas.
Outro motivo para a construção de castelos em Portugal foi a necessidade de compensar a desvantagem numérica dos portugueses face aos seus adversários. Com os descobrimentos portugueses, a partir do século XV, muitos homens partiram para as colónias ultramarinas em busca de riquezas e aventuras, deixando o país com uma população reduzida e envelhecida.
Os castelos permitiam aos portugueses defender-se com menos recursos humanos e materiais, aproveitando as vantagens naturais do terreno e as técnicas de fortificação.