Não é fácil decidir quem foi o melhor rei de Portugal, dado o elevado número de reis que poderiam ser escolhidos. É claro que alguns destes governantes tiveram uma atuação desastrosa, ou pelo menos pouco marcante, no trono. Mas outros há que deixaram marcas profundas na história do nosso país, e que merecem ser destacados.
Alguns destacaram-se pelas suas campanhas militares que expandiram o território nacional para sul, conquistando-o aos mouros. Outros lutaram incessantemente contra a ameaça espanhola. Alguns Reis mostraram uma enorme visão ao prepararem a época dos Descobrimentos e da expansão marítima portuguesa. E outros foram cruciais no campo das leis, da justiça, da cultura e da língua portuguesa.
Escolher o melhor Rei da História de Portugal é, portanto, uma tarefa muito difícil. Depende, sobretudo, do tempo em que viveram e da obra que deixaram. Assim, deixamos-lhe aqui os melhores reis portugueses.
1. D. Afonso I (1139-1185): “O Conquistador“
No início do seu reinado, D. Afonso Henriques teve de se submeter ao seu primo D. Afonso VIII, mas acabou por começar a usar o título de rei após a sua vitória sobre os muçulmanos em Ourique (que se deu a 25 de julho de 1139). O seu primo reconheceu-lhe a autonomia em 1143, mas só em 1179 é que D. Afonso Henriques se tornou oficialmente rei, tendo colocado Portugal sob a proteção da Santa Sé, a troco de um tributo anual, durante o pontificado de Alexandre III.
O facto de ser rei veio, no entanto, reforçar os laços de vassalagem em relação a Leão, já que D. Afonso VII se considerava imperador, o que significava que podia ter reis como vassalos.
No que diz respeito a D. Afonso Henriques, para além de ter tornado Portugal num reino, conquistou novos territórios para o nosso país, como Santarém (março de 1147) e Lisboa (em outubro de 1147), que tomou com a ajuda de cruzados franceses, alemães, ingleses e flamengos.
O rei tomou também Palmela e Almada, que se entregaram sem luta, e conquistou Évora e Beja em 1159, apesar de perder as cidades pouco depois a favor dos mouros. Beja foi conquistada em 1162, e Évora foi reconquistada em 1165, com a ajuda de Geraldo Sem-Pavor.
2. D. Dinis I (1279-1325): “O Lavrador“
O rei D. Dinis foi um rei exemplar, começando na sua educação esmerada. Fomentou a agricultura, incentivou a distribuição e circulação da propriedade e favoreceu o estabelecimento de pequenos proprietários. Também mandou enxugar pântanos, de modo a distribuir terra a colonos, concedeu várias minas e desenvolveu as feiras. Ficou famoso por mandar semear pinhais, como o de Leiria.
Mas a sua atividade não ficou por aqui. Contratou o almirante genovês Emmanuele Pesagno em 1317, para reorganizar a marinha. Criou a Ordem de Cristo para resolver o problema da extinção dos Templários, e fundou a Universidade de Coimbra em 1290 (primeiro em Lisboa), tendo sido um protetor da literatura e da cultura, cujo centro era a corte. O rei era também reconhecido pelos seus poemas.
A defesa do reino não ficou para trás nas suas preocupações, promovendo a construção de castelos e muralhas ao redor das cidades. No geral, foi um rei muito completo e popular.
3. D. João II (1481-1495): “O Príncipe Perfeito“
D. João II foi responsável por consolidar o poder real, construindo os alicerces para um estado moderno. Lança também as bases de uma empresa colonial, cujos frutos serão colhidos pelos seus sucessores. Acalentou também a esperança de uma união ibérica, tal como o seu pai, casando o seu herdeiro D. Afonso de Portugal com a infanta Isabel, filha dos reis de Castela e Leão, ocorrendo a festa em novembro de 1490.
Apesar de ser conhecido entre os nobres portugueses como “O Tirano”, não há melhor elogio à sua figura que o da sua prima Isabel, a Católica, rainha de Espanha, que quando soube da sua morte, terá exclamado: “Murió el Hombre!”.