Cada vez mais pessoas procuram pelo contacto puro com a natureza quando estão de férias (ou de feriado prolongado), o que tem levado a um aumento na procura pelo Turismo de Natureza. Hoje, falamos-lhe de um dos mais fabulosos cursos de água do Gerês, o rio Fafião. Apesar de todo o mediatismo do Parque Nacional da Peneda Gerês, o rio Fafião parece continuar a escapar à enchente de turistas.
É um dos maiores afluentes do Cávado, tendo 12 quilómetros de extensão, e é o local perfeito para observar a paisagem natural e a vida que rodeia os rios. Dividimos o seu percurso em três secções, onde lhe explicamos melhor o que pode encontrar em cada uma delas:
1. Nascente – Porto da Laje
A nascente do Fafião situa-se em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, num local de grande beleza. Por estas bandas passa o trilho da Vezeira, com um enquadramento paisagístico único, mas que se recomenda a caminhantes mais experientes, ou com o acompanhamento de guias de montanha com experiência.
Das Fichinhas (prado ou curral onde se mantinha o gado nas épocas quentes), o rio segue o seu percurso até ao Porto da Laje, represa criada na década de 50 e que desvia as águas debaixo de terra, durante 14 quilómetros, até desembocar na Barragem de Paradela.
Esta barragem acumula uma considerável quantidade de água, encontrando-se ladeada por uma pequena praia fluvial com areias finas e brancas, rodeada de bosques frondosos.
Ainda antes de chegar ao Porto da Laje, encontra a Touça, outro prado ativo de maio a agosto, e que conta com um conjunto de piscinas naturais, com o nome de poços. Aqui encontra o escorrega da Touça, um poço que é término de um escorrega natural de rocha escorregadia.
2. Porto da Laje – Poço da Cabriteira
Seguindo do Porto da Laje pelo rio abaixo, conseguimos ver que o rio sofreu por aqui alterações causadas pelo Homem. Por aqui encontra também mais dois poços. Um deles é o Poço da Pereira, local onde o Fafião volta a ser alimentado pelas cascatas e ganha um novo fulgor, naquele que é um dos melhores percursos de canoagem do país, dos mais técnicos e perigosos, e onde não se entra sem cordas.
É aqui, no Fafião Superior, que o rio atinge a sua máxima beleza, entre bosques autóctones e poços. Podem ser precisas mais de seis horas consecutivas para o atravessar, e o sol pouco aparece por aqui, sendo que os poços são iluminados entre as onze da manhã e as duas da tarde. Nos cumes das escarpas, encontram-se os habitats de águias de asa redonda e águias cobreiras, longe da mão humana.
Aqui desemboca um dos maiores poços do Parque Nacional da Peneda Gerês, com profundidade de quarenta metros, ladeado por escarpas que ascendem a trinta metros. A única entrada faz-se através de um salto de mais de oito metros, a jusante. Depois de descer ao Poço da Cabriteira, terão ainda de descer outro poço inferior, numa queda de vinte metros suspensos por uma corda, sem apoios na rocha.
3. Poço Verde – As Dornas
Nesta última parte, as águas do Fafião voltam a acalmar, e as paredes afuniladas cedem terreno a paisagens menos perigosas. A poucos metros da ponte que liga a aldeia de Fafião à cabana de Pinhô, encontra o Poço Verde, orgulho da aldeia. A sua localização, a poucos metros da aldeia, torna-o num local muito popular, tanto para visitantes como para os habitantes. Por aqui encontra trutas, bem como bogas e escalos.
Na Ponte da Pigarreira, perto do Poço Verde, encontra uma área de lazer muito atrativa, com um pequeno parque de merendas, uma fonte com água que vem diretamente do alto da serra, e as chamadas Piscinas do Fafião. Aqui se funde o rio Conho com o Fafião. Da ponte para baixo, encontra diversos poços pequenos, moinhos abandonados e praias secretas de areia fina.
Um pouco abaixo da Pigarreira, encontra o Moinho e Lagar de Azeite Comunitários, sendo que o lagar ainda se encontra em funcionamento. Por aqui encontra também o Poço da Cancela, uma piscina natural com mais de vinte metros de profundidade. Daqui, facilmente poderá chegar à cascata mais visitada do Gerês, a cascata de Várzeas. Quanto ao Fafião, termina numa zona chamada “as Dornas”, escondida numa zona comercial, onde se misturam as águas do Fafião e do Cávado.