Em Portugal, podemos encontrar diversas cidades, vilas e aldeias com caraterísticas únicas, e que se tornaram atrações turísticas imperdíveis. Um desses locais é Silves, a primeira capital do Algarve, que se destaca pela sua história riquíssima, pela sua beleza natural e pelas atrações imperdíveis que aqui vamos encontrar. Assim, não é de admirar que Silves atraia cada vez mais visitantes, que procuram as suas diversas maravilhas.
A cidade destaca-se pelo seu conjunto de casas brancas, rodeado de amendoeiras e alfarrobeiras, com as extensões da Serra a serem amplas e a convidarem os visitantes a explorar esta região, fazendo agradáveis passeios numa perfeita comunhão com a natureza. As muralhas do seu castelo apresentam um tom vermelho-escuro muito particular, com esta construção a dominar não só a cidade, como a paisagem ao redor.
Visitar Silves é conhecer o passado, com as suas atrações a serem autênticas memórias de outros tempos. Para além disso, o local tem um património natural de grande beleza, com o verde dos laranjais a contrastar com o azul do mar, criando uma paisagem única.
A zona do concelho de Silves foi habitada no Neolítico e na Idade dos Metais, como nos pode ser confirmado através de diversos achados arqueológicos. Aqui abundam os monumentos megalíticos, com destaque para os menires em arenito vermelho ou em calcário.
Ao longo dos tempos, o rio Arade revelou uma grande importância, servindo como via de passagem aos barcos de diferentes povos, como fenícios, gregos e cartagineses, que eram atraídos pelo cobre e ferro extraídos na região.
Sabe-se também que houve uma ocupação posterior, nos períodos romano e muçulmano. Silves deve a sua fundação à sua posição estratégica e à grande navegabilidade do rio Arade, pensando-se que a sua fundação remonta ao domínio romano.
No entanto, a cidade tornou-se próspera com a ocupação muçulmana, iniciada por volta de 714/716. Durante o século XI, Silves tornou-se capital do Algarve, dizendo-se que chegava a ultrapassar Lisboa não só em dimensão, mas também em importância, sendo a cidade um grande polo cultural.
Durante os séculos XI e XII, o mundo Islâmico viveu diversas convulsões políticas e religiosas, eventos que se repercutiram em Silves. D. Sancho II quis aproveitar este contexto e pôs cerco à cidade em 1189, contando com o apoio do seu exército e de cruzados do norte da Europa.
A luta por Silves foi demorada e, segundo as crónicas do tempo, muitos dos habitantes da cidade perderam a vida, tendo sido vencidos pela fome e sede. O domínio português em Silves manteve-se por pelo menos 2 anos, antes de a cidade ter sido novamente recuperada pelos muçulmanos, em 1191.
Graças ao ataque, Silves perdeu muita da sua população e riqueza. A conquista definitiva da cidade foi realizada no reinado de D. Afonso III, no âmbito da ocupação cristã do Algarve (1242-1249). A cidade foi elevada a sede de bispado e do governo militar, sendo feita a construção da Sé Catedral no mesmo sítio onde se encontrava a Mesquita.
Ao longo dos séculos seguintes. Silves viveu diversos momentos difíceis, com a perda do comércio com o norte de África e o assoreamento progressivo do rio, que afastou o lucrativo tráfego marítimo.
Assim, a cidade perdeu influência económica, política e militar, ao mesmo tempo que outras localidades, como Lagos, Portimão e Faro, se tornavam mais importantes. O golpe de misericórdia foi dado em 1534, quando uma bula papal permitiu a transferência da sede do bispado para Faro, algo que aconteceu anos mais tarde.
Na última metade do século XIX, Silves ganha uma nova vida, graças à fruta seca e à cortiça, que vieram dar uma nova prosperidade à cidade. Hoje, o local tem orgulho no seu passado e é sede de concelho com uma economia que se encontra em crescimento e é bastante diversificada.
Existem diversas atrações a descobrir na cidade, como o que resta das suas muralhas, assim como algumas torres, que protegiam a área residencial de Silves. Das quatro portas da cidade, permanece ainda o Torreão da Porta da Cidade, construído no século XII ou XIII.
Outra atração imperdível é o seu castelo, uma das mais notáveis obras de arquitetura militar que os árabes deixaram no nosso país. A fortificação encontra-se no ponto mais elevado da cidade e tem a forma de um polígono irregular.
Poderá também conhecer a Igreja da Misericórdia, erguida no século XII, que foi reconstruída nos séculos XVI e, mais tarde, no século XVIII, sendo dessa altura a sua fachada principal, ao estilo barroco.
Por sua vez, não deixe de conhecer a Sé Velha, edifício do século XVI, que tem origem manuelina. O grande destaque da Sé é a sua fachada, assim como o retábulo renascentista do século XVI, que encontrará no seu interior.
No património religioso, destacamos também a capela de Nossa Senhora dos Mártires, símbolo do poder municipal, que foi reconstruída a partir de elementos do século XVI.
No que toca a museus, não deixe de conhecer o Museu Municipal de Arqueologia de Silves, criado em 1990 de modo a expor os achados arqueológicos encontrados na cidade e na região, com especial destaque para os encontrados no castelo e no núcleo arqueológico do Cerro da Rocha Branca.
O museu encontra-se no local de uma casa de habitação do século XIX, onde se descobriu um reservatório de água, que acabou por se tornar no centro do museu.
Por fim, não pode deixar de visitar a Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica, que procura transmitir o esplendor de Silves durante a ocupação islâmica.