Esta é, sem dúvida, a aldeia de xisto da Serra da Lousã que mais tem contribuído para dar visibilidade a este território, às suas gentes, costumes e tradições. O Talasnal é um autêntico postal ilustrado, um hino à comunhão entre as construções humanas e a natureza circundante.
A sua última habitante foi “ti Lena”, cujo nome deu origem ao único restaurante da aldeia e onde pode saborear os petiscos da região. O Talasnal caiu no esquecimento mas depressa voltou a ganhar vida. Primeiro, graças aos hippies do norte da Europa que aqui começaram a vir em busca de paz espiritual. E depois, graças a algumas famílias de Coimbra que foram comprando as casas em ruínas da aldeia.
Com a recuperação da maioria das casas, a aldeia voltou a ganhar vida, seja como destino de fim de semana para os proprietários ou como destino de turismo rural. Lentamente, as ruas começaram a ganhar uma nova cor e esta aldeia é hoje um dos grandes símbolos de toda a região e do projeto das “Aldeias do Xisto”.
As casas de xisto, uma após a outra, as ruas sinuosas, os lagares de azeite tradicionais e a fonte são alguns dos seus principais chamarizes. O arvoredo que envolve todo o conjunto faz o resto. O resultado é uma aldeia carismática que, apesar de pequena, conquista facilmente quem por aqui passa.
É preciso explorar o Talasnal com a devida calma. Passear pelas suas ruelas, observar os pequenos detalhes em cada casa, descansar debaixo das videiras que dão sombra aos caminhos… tudo deve ser observado e apreciado com o devido cuidado.
A partir da rua principal nascem pequenas ruelas que convidam à descoberta. Estreitas e íngremes, com escadinhas e becos que merecem ser explorados. Visitar o Talasnal é um mergulho na história. E também pode pernoitar numa das casas de turismo rural que aqui existem.
A partir desta aldeia de xisto é possível visitar a floresta circundante onde vivem veados, corços e javalis, entre outros. Existem 3 trilhos, oficiais e devidamente sinalizados, que pode escolher para conhecer as redondezas: PR2 LSA, PR4 LSA e PR5 LSA.
Estes trilhos possuem graus de dificuldade diferentes e, por isso mesmo, deve estudá-los com antecedência para verificar se está em condições físicas de os fazer. Se escolher o primeiro terá a oportunidade de calcorrear os caminhos que os habitantes desta aldeia utilizavam para se deslocarem à Lousã antes da existência de estradas.
E quando regressar dos percursos pedestres recupere as energias provando a deliciosa gastronomia local. O cabrito assado no forno é o rei mas existem outras hipóteses igualmente reconfortantes.
O que visitar nos arredores do Talasnal?
Se quiser fazer do Talasnal o centro para explorar a região da Serra da Lousã pode visitar várias outras aldeias, igualmente encantadoras e cativantes. Pode fazê-lo a pé, pelos trilhos já mencionados acima, ou de carro.
O destaque vai para as aldeias de xisto, obviamente. Cerdeira é a primeira (e mais óbvia) escolha). Outrora abandonada, hoje é um centro dedicado às artes com casas recuperadas dedicadas ao turismo rural.
De seguida, dirija-se para Candal, Chiqueiro, Casal Novo, Vaqueirinho ou Catarredor. Qualquer uma delas… ou todas, se tiver tempo. Estão localizadas bem perto umas das outras. Cada uma tem o seu encanto especial. E uma das melhores formas de as descobrir é conversando com os poucos habitantes que ainda vivem nelas.
Se tiver um pouco mais tempo, existem mais aldeias que merecem uma visita, embora fiquem um pouco mais longe: Gondramaz, Pena e Casal de São Simão. Em qualquer uma delas, perca um pouco de tempo a calcorrear as suas ruas sinuosas e a apreciar os detalhes mais simples.
Para fechar em beleza o passeio pelos arredores do Talasnal, nada como o Baloiço de Trevim, localizado no ponto mais alto da Serra da Lousã. As vistas são deslumbrantes e não perca a oportunidade de tirar umas fotos para mais tarde recordar.