Será que tem sangue real e não o sabe? Existe uma sala no Palácio Nacional de Sintra, chamada de Sala dos Brasões, onde se encontram os brasões das 72 famílias da nobreza portuguesa existentes ao tempo de D. Manuel I. Será que o seu apelido se encontra lá?
Mas antes, um pouco de história. A nossa primeira nobreza formou-se a partir do reinado de D. Afonso VI, rei de Leão, com os homens descendentes de fidalgos leoneses que se encontravam estabelecidos no Norte de Portugal.
Esta era a região dos solares e dos homens mais poderosos do reino, unindo a fidalguia de nascimento ao prestígio dos cargos públicos e autoridade. Em termos de hierarquia, eram precedidos pelos “infanções”, “cavaleiros” e “escudeiros”.
Assim, no tempo de D. Manuel I, “fidalgo” era o título atribuído às mais altas linhagens da nobreza, com gerações ao serviço do Rei (com algumas notáveis exceções, como Bartolomeu Dias, que recebeu nessa altura grau e armas transmitidos à descendência).
Foi também no reinado de D. Manuel I que se estabeleceram as regras para os diferentes graus de nobreza e para o uso das armas heráldicas, para evitar abusos na adoção de ambos.
Assim, os nobres ficaram sujeitos ao Rei e foram organizados em duas ordens, cada uma com três graus: os “Ricos-Homens”, de primeira ordem, que começavam como “moço fidalgo”, passavam a “fidalgo-escudeiro” e depois passavam a “fidalgo-cavaleiro”; e a segunda ordem, onde se encontravam os “escudeiros-fidalgo” e “cavaleiros-fidalgo”.
Apesar de os séculos XV e XVI terem sido ricos em atos de bravura e feitos heroicos, ligados aos Descobrimentos, não se verificou um acréscimo aos símbolos, atributos e novas armas do brasonário português. A somar a isso, nem todas as mercês heráldicas foram registadas.
Assim, podemos encontrar brasões como o da família Cabral, que não reflete os desafios encontrados no mar e na sua conquista. Uma notável exceção é o brasão de Nicolau Coelho, que tem o contra-chefe ondado em prata e azul, podendo simbolizar o mar conquistado.
D. Manuel I fez reunir todos os brasões e insígnias do Reino, por forma a criar as diferentes regras e títulos. O material foi reunido num livro e foram escolhidos os 72 brasões das famílias principais da Alta Nobreza portuguesa para serem pintados no teto da Sala dos Brasões do Paço Real de Sintra, atualmente conhecido como Palácio Nacional de Sintra.
Esta sala é um dos melhores exemplos de afirmação do poder real. No centro do teto, estão as armas do Rei D. Manuel I, circundadas por seis brasões que representam a sua descendência masculina, e dois brasões em lisonja que representam a sua descendência feminina.
Abaixo, encontram-se os 72 brasões das famílias da Alta Nobreza, dispostos por ordem de importância, que estão assentes no ventre de veados, sobre cuja cabeça repousa o timbre de cada família. Se ficou com curiosidade de saber quais são estas famílias, deixamos-lhe aqui uma listagem:
Listagem dos Brasões e sua correspondente localização na Sala de Sintra | ||
A – Armas do Rei Dom Manuel I | 3 – Castro | 36 – Miranda |
B – Infante Dom Yoam | 7 – Castro (da Penha Verde) | 6 – Meneses |
C – Infante Dom Luis | 63 – Cerveira | 44 – Mota |
D – Infante Dom Fernando | 59 – Coelho | 29 – Moura |
E – Infante Dom Afonso | 32 – Corte-Real | 54 – Nogueira |
F – Infante Dom Henrique | 45 – Costa | 1 – Noronha |
G – Infante Dom Duarte | 2 – Coutinho | 47 – Pacheco |
H – Infante Dona Isabel | 8 – Cunha | 10 – Pereira |
I – Infanta Dona Beatriz | 5 – Eça | 46 – Pessanha |
42 – Aboim | 69 – Faria | 57 – Pestana |
27 – Abreu | 18 – Febos Monis | 64 – Pimentel |
71 – Aguiar | 61 – Ferreira | 67 – Pinto |
23 – Albergaria | 53 – Gama | 60 – Queiróz |
14 – Albuquerque | 65 – Góios | 34 – Ribeiro |
24 – Almada | 56 – Góis | 31 – Sá |
16 – Almeida | 68 – Gouveia | 39 – Sampaio |
15 – Andrade | 21 – Henriques | 62 – Sequeira |
66 – Arca | 33 – Lemos | 52 – Serpa |
4 – Ataíde | 19 – Lima | 13 – Silva |
25 – Azevedo | 49 – Lobato | 48 – Sotomaior |
58 – Barreto | 30 – Lobo | 9 – Sousa |
55 – Bethancourt | 40 – Malafaia | 37 – Tavares |
72 – Borges | 17 – Manuel | 20 – Távora |
28 – Brito | 38 – Mascarenhas | 50 – Teixeira |
35 – Cabral | 41 – Meira | 51 – Valente |
43 – Carvalho | 12 – Melo | 11 – Vasconcelos |
26 – Castelo-Branco | 22 – Mendonça | 70 – Vieira |
Gostei! O meu nome não consta!
Mendonça está e Duarte não ?? Estranho. Supostamente Duarte tinha de estar…
Uma dúvida. Meu sobrenome é Pacheco. Então sou descendente de nobres. Então porque sou pobre ???? Classe média baixa vá…
*CASTEL-BRANCO e não CASTELO-BRANCO
Sou Castro pelo pai. Ele se chamava Manoel M. Castro. Posso pertencer às famílias reais?
E os Albuquerque?!…
Teixeira..consta!!!,fiquei curioso , somos todos primos,
Maria d’ Albuquerque 14 – Albuquerque