Localizada na Cordilheira Central, entre a Serra da Lousã e a Serra da Estrela, a Serra do Açor é a maior montanha xistosa de Portugal e abrange os concelhos de Arganil e Pampilhosa da Serra. E sendo o xisto o elemento central desta montanha, é natural que ele também domine a paisagem e seja utilizado na construção das casas dos habitantes.
São muitas as aldeias de xisto localizadas na Serra do Açor. Destaque, obviamente, para aquela que é a mais famosa delas todas: Piódão. A Mata da Margaraça e a Fraga da Pena são também outros atrativos desta belíssima região. Rios de águas cristalinas e praias fluviais são também destaque.
A Serra do Açor é, portanto, um destino fantástico para quem gosta de turismo de natureza e quer conjugar atividades ao ar livre com a descoberta de aldeias típicas. Descubra alguns dos melhores locais para visitar na Serra do Açor.
1. Piódão
É uma das mais bonitas aldeias de Portugal e dificilmente encontra no país outra como ela. Piódão está classificada como Aldeia Histórica mas é também uma aldeia de xisto. Pertence ao concelho de Arganil e fica na encosta da Serra do Açor. Chegar até ao Piódão implica vaguear pelas estradas sinuosas da serra, mas a visita vale bem a pena. As suas casas de xisto dispostas ao longo da encosta da serra conferem-lhe a alcunha de “aldeia presépio”.
Passeie pelas suas ruas sinuosas, descubra as suas janelas pintadas de azul e a sua igreja que não se parece com mais nenhuma em Portugal. No final, pare numa das esplanadas de algum dos restaurantes da aldeia e desfrute de um bom petisco da região. Se ainda estiver com forças e com vontade de descobrir mais nas redondezas, faça o percurso até à aldeia de Foz d’Égua ou visite a deslumbrante Mata da Margaraça e a Fraga da Pena.
2. Mata da Margaraça
Considerada por muitos como um dos locais mais bonitos de Portugal, A Mata da Margaraça destaca-se pelas atividades que proporciona a toda a família, como as caminhadas propícias a miúdos e graúdos. A comunhão com a natureza neste local é reconfortante e relaxante, com a possibilidade de desenvolver trilhos num espaço muito bem ordenado e de aproveitar os sons que a natureza oferece.
Está classificada como uma Reserva Natural e Reserva Biogenética pelo Conselho da Europa, o que contribui para a Mata da Margaraça ser um dos locais melhor preservados de floresta primitiva existente no nosso país, que neste caso serve de coberto para zonas profundamente marcadas pela presença de uma rocha metamórfica de grande identidade nesta zona do país, o xisto.
3. Foz d’Égua
Pequena mas cheia de encanto. Assim é Foz d´Égua. Pertence ao concelho de Arganil e fica bem perto de Piódão, pelo que se recomenda uma visita a ambas. Foz d’Égua entrou nas bocas do mundo graças às obras de restauro de um habitante local. Algumas das suas casas foram minuciosamente restauradas e preservadas na sua essência. O melhor de tudo? Estão disponíveis para alojamento.
O cenário deslumbrante compõe-se com uma pequena praia fluvial resultante da conjugação de 2 ribeiras, atravessada por 2 pequenas pontes de xisto e com outra ponte suspensa um pouco mais acima. Depois de desfrutar deste pequeno paraíso, rume a norte para conhecer outras aldeias de encantar: Aldeia das Dez, Alvoco das Várzeas e Poço da Broca, entre outras. Já agora: leve o fato de banho para mergulhar em alguma das excelentes praias fluviais que poderá encontrar.
4. Vila Cova de Alva
A presença do Convento de Santo António, construído no início do século XVIII, teve grande influência na freguesia, sendo essa a razão pela qual a aldeia tem o maior conjunto monumental desta lista. Não deixe de passar pelo Largo da Igreja e pelo Pelourinho, onde coabitam dois solares do séc. XVII.
Visite também o Solar dos Condes da Guarda, o Solar Abreu Mesquita e a Rua Quinhentista. Nos dias quentes, uma visita à praia fluvial recomenda-se, já que este é o espaço perfeito para se refrescar e descansar antes de continuar a visita.
5. Benfeita
Esta é uma das aldeias brancas da lista, já que o casario branqueia a paisagem envolvente. É também a única aldeia do mundo a exaltar a paz com uma torre, um sino e um relógio. A localidade está próxima da Fraga da Pena (uma queda de água com 19 metros) e da Mata da Maragaça, uma das mais importantes florestas caducifólias do nosso país.
Na aldeia, existem duas ribeiras, sendo que no recuperado moinho do Figueiral pode ainda ver como se aproveitava antigamente a força da água. Suba à Fonte das Moscas para apreciar devidamente o casario branco e as ruelas e passadiços característicos do local.
6. Fajão
Envolvida pela paisagem verdejante e por grandes penedos, encontra-se Fajão, que faz as delícias dos amantes de escalada. Todas as casas confluem de forma sinuosa no adro da Igreja Matriz, dedicada a Nª Srª da Assunção, e datada de 1799. Dentro, encontra um conjunto de imagens religiosas do séc. XVI.
A aldeia tem também duas capelas mais modestas, a visitar, bem como a Fonte Velha, local de abastecimento de água da povoação. Se quer aprofundar o seu conhecimento sobre a história da aldeia, e conhecer obras de arte em xisto, viste o Museu Monsenhor Nunes Pereira.
7. Aldeia das Dez
Chegar aqui é um autêntico desafio para os condutores, já que as estradas são estreitas e com curvas muito apertadas. Mas findo o caminho, concentrará uma aldeia sobranceira ao rio Alvôco, com vista para as serras envolventes. As casas em granito são o destaque da paisagem. Já no que toca ao património, não pode deixar de visitar a Igreja Matriz, com o seu interior decorado com talha dourada.
Afinal, nesta aldeia moraram muitos entalhadores e douradores, que enriqueceram o espaço com a sua arte. Não deixe de provar o cabrito, os bolos tradicionais da aldeia (como as cavacas e coscoréis) e o licor de medronho, abundante na região.
8. Sobral de São Miguel
A aldeia de Sobral de São Miguel é vista pelos habitantes como o “coração do xisto”, já que tem um dos maiores aglomerados nacionais de edifícios neste material. Apesar de as casas serem o ex-libris da aldeia, há muito para ver, desde as suas três pontes (a mais emblemática delas é a Ponte do Caratão, onde passava a Rota do Sal) até à Casa-Museu João dos Santos, onde pode ver peças referentes ao quotidiano antigo da aldeia.
No que diz respeito ao património religioso, não deixe de visitar a Igreja Matriz, com a sua torre sineira erguida em 1937, e a capela em homenagem a Santa Bárbara, mandada erigir pelos mineiros em 1938.
9. Fraga da Pena
Na área Protegida da Serra do Açor, em plena Mata da Margaraça, pode encontrar esta cascata idílica, onde a água abre espaço entre a rocha e a vegetação, para se despenhar de uma altura de mais de 20 metros. O local permanece intocado, pelo que é um bom sítio para se maravilhar com a flora e fauna locais. Destaque para alguns antigos exemplares, nas margens, de carvalho-alvarinho, de castanheiro, de medronheiro e de trovisco.
10. Avô
A belíssima vila de Avô é conhecida, sobretudo, pela sua fabulosa praia fluvial. Mas Avô tem muitos mais encantos para desscobrir. Aqui confluem as águas do rio Alva com as da ribeira de Pomares, formando a famosa ilha do Picoto. A sua imponente ponte com apenas um arco e construída no século XVIII domina a pasagem. Mas um passeio atento pelas ruas da vila permite descobrir outros motivos de interesse e, acima de tudo, uma localidade pitoresca, com gente hospitaleira e com boa comida.
11. Côja
Conhecida como a “Princesa do Alva”, a vila de Côja é uma das mais antigas do país, tendo tido o seu primeiro foral em 1260. Mas vestígios árabes e romanos atestam a presença humana em Côja muito antes dessa data. É uma das portas de entrada da Serra do Açor, a maior montanha xistosa de Portugal. Côja tem muitos atrativos históricos e culturais mas é a sua praia fluvial que atrai milhares de turistas sempre que chega o Verão.
12. Chãs d’Égua
Não é tão deslumbrante como as suas vizinhas, Piódão e Foz d’Égua, mas merece uma visita, nem que seja rápida. As suas casas de xisto ao longo da encosta dão-lhe um charme difícil de igualar. A melhor forma de a descobrir é passeando pelos seus becos e ruelas.
A aldeia é ocupada deste tempos remotos e, a prová-lo, está a existência de cerca de 50 gravuras rupestres com milhares de anos. Se quiser descobrir um pouco mais sobre esta tema, pode visitar o Centro Interpretativo de Arte Rupestre que existe na povoação.