Não há outra região assim em Portugal! Trás-os-Montes é quase um lugar mítico, rodeado por montanhas por todos os lados e repleto de tradições totalmente distintas do resto do país. Existem muitos locais para visitar em Trás-os-Montes que merecem destaque, mas o melhor mesmo é partir à descoberta desta região sem pensar no destino e no prazo para regressar.
Trás-os-Montes é uma região tão variada que se torna difícil caracterizá-la corretamente: são as vinhas e os socalcos do Douro, são as montanhas majestosas do Gerês, do Alvão e do Marão, é o Parque Natural de Montesinho ou as arribas do Douro Internacional, na fronteira com Espanha. Tudo é muito diferente, mas cada local é especial à sua maneira.
E para complementar uma visita às terras transmontanas, nada melhor do que provar a sua excelente gastronomia, descobrir as suas seculares tradições e conviver com o seu afável povo. Estes são alguns dos melhores locais para visitar em Trás-os-Montes.
1. Chaves
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Esta cidade do distrito de Vila Real conta com cerca de 18 500 habitantes no seu perímetro urbano, sendo por isso considerada a segunda maior cidade deste distrito. Chaves encontra-se num vale fértil junto ao Rio Tâmega, bem próximo da fronteira com Espanha. A cidade foi lar por variados povos, sendo que a presença humana na região remonta ao Paleolítico.
No património, destacamos a Ponte de Trajano, o castelo, o Forte de São Neutel, e as diversas estações arqueológicas que pode encontrar ao redor da cidade. Como a cidade é conhecida também pelas suas termas, procure fazer-lhes uma visita e provar estas águas de aroma e sabor únicos.
2. Bragança
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O centro histórico de Bragança encontra-se num local compacto, que facilmente se percorre a pé. As pedras gastas são testemunhas de uma história atribulada, que remonta à Idade do Bronze, numa povoação que passou pelas mãos de romanos, suevos e visigodos, com combates que ajudaram a estabelecer as linhas de fronteira e a importância estratégica da região.
A torre de Menagem quatrocentista é o grande destaque de um dos mais harmoniosos e bem preservados Castelos de Portugal, num conjunto monumental digno de nota pela sua originalidade. Procure visitar também a enigmática Domus Municipalis, um edifício que se acredita ter acumulado as funções de cisterna e do local de reunião dos “homens bons” do concelho.
3. Castelo de Montalegre
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Este castelo foi já construído tardiamente, no reinado de D. Afonso III, como forma de reorganização das fronteiras a este e oeste de Chaves. O objetivo era que a fronteira setentrional de Trás-os-Montes ficasse dotada de uma ordem territorial e jurídica efetiva, sob o poder do Rei.
O domínio régio não foi de longa duração, uma vez que, ainda antes do séc. XIII terminar, Pedro Anes recebeu de D. Dinis a Carta de Foral de Montalegre, para que se povoassem essas terras, já que, na altura, estas estavam desertas.
4. Miranda do Douro
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Esta cidade portuguesa pertence ao distrito de Bragança e encontra-se nas chamadas Terras de Miranda. Nesta região, para além do português, fala-se o mirandês, que é a segunda língua oficial em Portugal e que é uma variante local da antiga língua asturo-leonesa, própria do antigo Reino de Leão. É também o lar dos famosos Pauliteiros de Miranda.
Não deixe de visitar a Sé de Miranda do Douro, o Castelo e o Ermitério os Santos. Para além disso, aproveite para se deliciar com a gastronomia da região e com as paisagens deslumbrantes, típicas do Douro, que por aqui pode encontrar.
5. Pitões das Júnias
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Localizada no extremo Norte de Portugal, o seu clima inóspito no Inverno e a consequente imigração contribuíram para que esta aldeia conservasse a sua população pequena e um característico aspeto medieval. Estas construções em pedra e a beleza natural do lugar deram início ao turismo ecológico na região, durante os anos 90.
A população de Pitões das Júnias, tal como acontece noutros recantos de Trás-os-Montes, aumenta durante os meses de Verão, com a chegada dos seus descendentes, vindos principalmente de França e do Brasil. As principais atividades da população são a agricultura e a pastorícia.
6. Montesinho
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Esta típica aldeia transmontana está situada nos contrafortes da Serra de Montesinho, a cerca de 1000 metros de altitude, em pleno Parque Natural de Montesinho. A serenidade da aldeia torna-se sedutora e convida-nos a passar os dias instalados numa das casas adaptadas para turismo, construídas em granito, com telhados de lousa e varandas em madeira totalmente abertas para a serra.
Pode passear pelas ruas da aldeia, que estão calcetadas e bem cuidadas, e descobrir a Igreja de Montesinho, o Núcleo Interpretativo de Montesinho, e o Museu, que está instalado numa casa típica transmontana, e onde pode conhecer a caracterização geológica de Montesinho e os modos de vida tradicionais desta aldeia e de Trás-os-Montes.
7. Rio de Onor
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Esta pequena aldeia do concelho de Bragança é atravessada pelo Rio Onor, que serve de linha de fronteira com Espanha, dividindo a povoação em duas partes, uma portuguesa e outra espanhola. A população vive essencialmente da agricultura e criação de gado e desloca-se e trabalha nos campos indiferentemente, quer de um lado, quer do outro da fronteira.
Em Rio de Onor pode encontrar um dialeto muito próprio, o rionorês, numa aldeia que mantém ainda o regime comunitário na administração rural, praticamente o único exemplo vivo do comunitarismo medieval.
8. Gimonde
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Pelos limites ocidentais da aldeia de Gimonde, corre o rio Sabor, que recebe as águas dos rios Onor e Igrejas. Esta típica aldeia transmontana merece bem uma visita, especialmente se gosta de conhecer locais que mantêm as suas características típicas e o seu sossego, num cenário de grande beleza natural.
A freguesia de Gimonde está integrada na orla meridional do Parque Natural de Montesinho e é conhecida pelos seus atrativos turísticos, que se desdobram nas suas paisagens, pela vertente monumental, arqueológica, e até pela vertente gastronómica. Não deixe de visitar o Castro de Gimonde e a Ponte de Gimonde.
9. Vidago
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Em pleno nordeste transmontano, a pouco mais de 1 hora de viagem do Porto e a 16 km de Chaves, encontra-se Vidago, numa enorme depressão de terreno descrita pelas Serras do Alvão e da Padrela. Aqui confluem o Rio Avelames e a Ribeira de Oura, e a Norte encontra o Pico de Santa Bárbara, um local com um grande passado nacionalista.
Foi destino de eleição da aristocracia portuguesa e europeia, que buscavam as propriedades terapêuticas das famosas águas termais. Aqui pode encontrar o famoso Vidago Palace, que ainda hoje é uma referência na hotelaria em Portugal.
10. Castelo de Algoso
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Se quer conhecer um dos mais especiais castelos de Trás-os-Montes, então o Castelo de Algoso é a escolha certa. Localiza-se no topo de um rochedo e quase se confunde com ele. Apesar de modesto e isolado, foi um dos mais importantes castelos do leste transmontano na defesa do Reino contra as tropas de Leão.
Terá sido construído no século XII e foi doado posteriormente à Ordem dos Hospitalários, que fizeram obras de remodelação. As vistas a partir do Castelo de Algoso são deslumbrantes e merecem, por si só, o passeio.
11. Ponte da Misarela
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Também chamada de Ponte do Diabo, esta ponte está localizada sobre o Rio Rabagão, a cerca de 1 quilómetro da sua foz, no rio Cávado, na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho. A ponte liga as freguesias de Ruivães à de Ferral, já no concelho de Montalegre.
A Ponte da Misarela encontra-se implantada no fundo de um desfiladeiro escarpado, assente sobre os penedos, e conta com alguma altitude em relação ao leito do rio, sendo sustentada por um único arco com cerca de 13 metros de vão. A Ponte da Misarela foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX.
12. Santuário da Nossa Senhora dos Remédios
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No topo do monte de Santo Estêvão, em Lamego, este Santuário é o local perfeito de onde observar o panorama da cidade à qual está unido pelo seu escadório. O atual Santuário apenas ficou pronto em 1905, mas já havia devoção popular no local, uma vez que aqui se ergueu uma capela a Santo Estêvão em 1361.
A fachada tem traços barrocos e rococó, e o templo em si foi integralmente construído em granito. O que se destaca, no entanto, é a monumental escadaria de acesso ao local, com 686 degraus, desenvolvidos em 9 lanços e ornamentados com capelas, obeliscos e fontes.
13. Pinhão
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Esta vila da margem direita do Rio Douro é o centro da região demarcada do Vinho do Porto e um local onde estão localizadas várias quintas produtoras de vinho. A paisagem do Pinhão está classificada pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade. A estação de caminhos de ferro é conhecida pelos seus 24 painéis de azulejos, que retratam as paisagens do Douro e aspetos das vindimas.
14. Cascatas do Rio Poio
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A aldeia de Alvadia é atravessada pelas águas do rio Poio, que foram usadas muitos anos para o funcionamento de moinhos e azenhas, alguns ainda visíveis em locais pouco acessíveis deste curso de água. É neste local que se situa a cascata Cai d’Alto, na freguesia de Cerva, em Ribeira de Pena, Vila Real.
Esta cascata tem cerca de 60 metros de altura e nasce junto da povoação de Lamas. O curso de água conflui numa lagoa, sendo que o local é muito usado na prática de desportos como a canoagem e canyoning.
15. Arribas do Douro
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O Parque Natural do Douro Internacional abrange 122 km de troço fronteiriço do rio Douro e do seu afluente, o rio Águeda, e integra os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro.
As margens escarpadas, denominadas de arribas, têm um riquíssimo valor faunístico, especialmente no que concerne às aves. Aqui pode encontrar grifos, abutres do Egipto, cegonhas-pretas, águias-reais e águias de Bonelli, entre outras espécies.
16. Fisgas do Ermelo
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Esta cascata está localizada na freguesia de Ermelo, em Mondim de Basto, Vila Real. É uma das maiores quedas de água de Portugal e uma das maiores da Europa, não se precipitando de forma absolutamente vertical. O desnível da cascata é de 200 metros de extensão, escavado pelas águas do rio Olo. Antes das quedas de água, existem lagoas de águas cristalinas muito populares no verão.
17. Provesende
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Em plena região demarcada do Douro, Provesende é uma aldeia vinhateira do concelho de Sabrosa. Com vistas para o rio Pinhão, são as vinhas que dominam a paisagem. Toda a vida da aldeia gira em torno da nobre arte de produzir um dos melhores vinhos do mundo, o vinho do Porto.
Para além de um passeio pelos vinhedos da região, em Provesende pode descobrir diversas casas senhoriais e brasonadas, o antigo pelourinho, uma fonte do século XVIII e uma igreja barroca. A melhor forma de descobrir a aldeia é mesmo caminhando pelas suas ruas e apreciando cada pequeno detalhe.
18. São Xisto
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Como o próprio nome indica, aqui domina o xisto, em contraste com a margem oposto do rio Douro que daqui é possível avistar. Localizada em São João da Pesqueira, em pleno Douro vinhateiro, a aldeia de São Xisto é dominada por uma paisagem de cortar a respiração.
Aprecie os socalcos das vinhas, os típicos muros de pedra e as suas casas tradicionais. Mas não fique por aqui! Uma capela, uma fonte centenária e o Mirante Anjo Arrependido são outras das atrações de São Xisto. Perca também algum tempo a visitar os tradicionais lagares de vinho e de azeite.
19. Palácio de Mateus
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Este palácio, onde se produz o conhecido Mateus Rosé, é uma mansão barroca do século XVIII, sendo considerada uma das mansões mais elegantes da Europa. A sua construção atribuiu-se ao arquiteto italiano Nicolau Nasoni. Dentro do palácio pode-se visitar a tranquila biblioteca, que guarda livros editados no século XVI, a estância das Quatro Estações com mobiliário do século XVIII, diversos móveis de madeira, porcelanas chinesas e quadros que simbolizam as estações do ano.
20. Vilarinho de Negrões
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Na margem sul da Albufeira do Alto Rabagão, pode encontrar a pitoresca aldeia de Vilarinho de Negrões, com o seu casario ainda relativamente bem preservado, que se encontra sobre uma estreita e bela península, um pedacinho de Terra que foi poupada à subida das águas da barragem. Vilarinho de Negrões é assim uma localidade que se vê diariamente ao espelho e que se distingue à distância pela sua simetria perfeita, numa espécie de Jardim do Éden Transmontano.